quinta-feira, 29 de setembro de 2011

HISTÓRIAS VIVIDAS. OU NÃO...
















De uma só vez, Milton Britto lança livro em CD Room e CD com músicas em espanhol e português.



A palavra Cronicidade não existe. Pelo menos no sentido literário. Etimologicamente o termo remete a crônico, para sempre, e geralmente é relacionado a doença. Não a crônica, gênero de escrita que surgiu justamente da noção efêmera do fato cotidiano. E foi esse o nome que o escritor Milton Britto escolheu para denominar seu mais novo trabalho, um livro de crônicas.

Reunindo 72 textos cuja temática é o mundo, Cronicidade retoma a velha e boa estratégia do fim com lição de moral. Britto usa sem cerimônia a conhecida frase “moral da história” para anunciar o desfecho de suas pequenas histórias – outra característica da crônica. Com a mesma naturalidade que retrata Diógenes, o filósofo grego, ele fala de personalidades de Feira de Santana.

Com a habilidade de quem já viveu em outros centros urbanos – grande parte de sua vida passou em terras cariocas – o cronista que também escreve poesia, compõe, canta, advoga e faz política vê no cotidiano matéria prima para escrever muito. Tanto que em tempos distantes chegou a fazer incursões pelo jornalismo, ainda no Rio de Janeiro.

Fanático por livros, ele já está no quarto lançamento, sendo dois de poesia (O Eu Sofrido e Versos Livres). O outro, de crônicas e contos, é intitulado Mané Quaresma – Histórias e Crônicas. Agora, Britto está envolvido com a produção simultânea de oito obras, dentre elas uma “quase” autobiografia, Vida Vivida, e um livro de correspondências, Cartas não Remetidas.

A próxima investida literária será uma peça teatral, que também já está sendo formatada. A não ser o nome, O Casamento de Dona Baratinha não tem nada ver com a fábula infantil. É uma metáfora muito bem elaborada sobre o Brasil, que é alvo da corte pelo rei de Portugal. “É a história do Brasil recontada”, define o autor.

Antenado com os avanços tecnológicos, Milton Britto aposta em um novo formato para difundir sua obra. Por isso está lançando Cronicidade em CD Room. É também por uma questão de espaço e até de durabilidade, diz. Ele admite que não tem mais onde guardar os livros adquiridos durante toda a vida. “Eu era um rato de sebo”, conta.

Além da literatura, Milton Britto também envereda pelos caminhos da música. E há muito tempo. Está lançando seu 11º CD, Besame Mucho, que traz nove músicas em espanhol e português, resultado da parceria com Israel Exalto, inclusive nos arranjos, com participação do violonista Dadi. As duas obras, Besame Mucho e Cronicidade, serão lançadas na noite desta quinta-feira (29), no Museu Parque do Saber Dival da Silva Pitombo.

Por Madalena de Jesus

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