quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

TRIBUTO A LUIZ GONZAGA


 
 
O Centro Universitário de Cultura e Arte (Cuca) promove, nesta quinta-feira (13), a sexta edição do Tributo a Luiz Gonzaga, a partir das 19h30. Trata-se de homenagem a uma das mais criativas e emblemáticas figuras da cultura nordestina que comemora 100 anos. O espetáculo será no Teatro de Arena do Cuca e terá entrada franca.

Com o tema, 100 anos de “seo” Lua, o espetáculo vai reunir os artistas feirenses Timbaúba, Baio do Acordeon, Cescé, Nenem do Acordeon, J Sobrinho, entre outros. Contaremos ainda, com a participação do Grupo de Câmara e balé do CUCA, com temas nordestinos e um espetáculo de teatro.

No foyer do Teatro haverá ainda com uma exposição que retrata a vida do Rei do Baião.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

A FÉ QUE MOVE AS PESSOAS









Eu sempre tive fascínio por procissão. Aquela multidão seguindo a mesma direção, movida pela fé. Pedindo ou agradecendo, todos ali unidos pelo mesmo sentimento. Até me arrisco a entoar alguns daqueles versos guardados na memória desde a infância.

Quando menina, ia com minha mãe e meus irmãos para a Festa de Nossa Senhora da Conceição, no Picado, distrito de Conceição do Jacuípe (Berimbau). Passávamos o dia inteiro correndo em torno da praça – imensa para nossa visão de pequenos habitantes da Fazenda Salgado.

A festa de 8 de dezembro era aguardada com muita expectativa. Minha mãe fazia duas roupas novas – uma para a missa, pela manhã, e outra para a procissão, à tarde – para todos os nove filhos. Também ganhávamos sapatos novos, que mostrávamos com orgulho para nossos colegas, igualmente paramentados.

A programação sempre ia além da Igreja. No tempo em que a escola era verdadeiramente uma extensão da família, era obrigação (muito prazerosa, é bem verdade) passar pela casa das professoras – Noêmia, Solange, Maria e Olga. Ah, minha professora querida, com quem tenho, ainda hoje, uma relação de muito carinho.

Pois é, tudo isso eu vi passar como um filme em minha cabeça sábado passado (8), durante a missa celebrada – e cantada, como nos velhos tempos – pelo padre Morais, na Igreja onde fui batizada e fiz a primeira comunhão. Eu estava ao lado da professora Olga, minha mestra no mais amplo sentido da palavra, com quem almocei depois, relembrando os bons momentos.

Me vi vestida de anjo coroando a imagem de Nossa Senhora, levando flores para o altar, rezando aqueles hinos que hoje nem lembro direito os versos, mas me emocionam do mesmo jeito. Ali, em frente ao altar de Nossa Senhora, eu dei vazão ao sentimento de ternura que me tomou. E chorei.

Também chorei à tarde, quando já em Berimbau, vi a saída da procissão da Igreja. Resolvi registrar a passagem dos dez andores, entre eles os de Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora Aparecida e Santa Bárbara, levados por pessoas visivelmente tomadas pela fé. Tanto que nem sentiam o peso. A leveza da alma era bem maior.

Madalena de Jesus




segunda-feira, 19 de novembro de 2012

PASSEIOS DE FIM DE TARDE NO QUADRADO























Escrever um texto sobre os dias que passei em Trancoso (Porto Seguro), com direito a uma chegadinha em Arraial D’Ajuda, lugar que não perde seu encanto nem para a forte chuva que caiu o sábado inteiro, não me saiu da cabeça desde que retornei. Imaginei mil formas de transformar em palavras as imagens que minha memória e a máquina fotográfica registraram. E aqui vai um breve relato.

As companhias na viagem já seriam suficientes para uma bela programação: Minha filha Bárbara e minhas amigas queridas Socorro (Pitombo) e Sueli. Como se não bastasse o destino maravilhoso, uma parada estratégica para pernoite em Itabuna e a recepção perfeita de outra grande amiga, Vera Rabelo, ao lado de Fred e mãe Alda. Tudo perfeito.

Mas perfeição mesmo encontrei lá, em Trancoso, que em algum momento me lembrou os caminhos de terra batida (antes do calçamento chegar) de Imbassaí. As pousadas, todas elas, pareciam convidar para uma visita, mas foi na Aldeia das Cores a parada final. Quer dizer, inicial para a estada de três dias previamente agendada.

Se as praias são lindas, o que dizer do Quadrado? A igrejinha, que muitas vezes vi em postais e lembrancinhas de amigos que passavam por lá e que eu defini como o quintal da casa de Deus; os restaurantes embaixo das árvores, as lojinhas, a simpatia das pessoas – turistas ou nativos... Tudo isso torna aquele lugar único.

Aliás, o encontro com pessoas de todos os cantos do país (Minas Gerais, Brasília, Salvador) foi um dos pontos altos do feriadão. Sem falar no tratamento na pousada, capitaneado pela bela e exuberante Vanusa, cuidadosa com todos os detalhes. Estes, sim, fazem a diferença e deixam aquela sensação de que o tempo passou rápido demais.

Se voltarei àquele paraíso disfarçado de ponto turístico no Sul da Bahia, não sei. Mas jamais esquecerei os momentos ali vividos, cercada pela beleza natural das praias e manguezais e pelo clima bucólico do pequeno vilarejo. Tanto que, todos os dias, no finalzinho da tarde, esteja onde estiver, sempre lembrarei dos passeios no Quadrado...

Madalena de Jesus

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

FLASH BACK




























A saudade é uma máquina do tempo
Que consome o presente.
O futuro? único refugio.
Nenhuma marca da madrugada passada
Um pedaço de mim dobra a esquina.
Não havendo segredo para nosso disfarce
Havendo calor no teu impossível
Derretera meus sentidos
Esse fantasma convive neste mesmo plano, nos esbarramos em vidas passadas?
Acordo assustada!
Dia, mês, ano? confusão.
Ainda detalhes que havia perdido.
Coisas pequenas tomaram formas, grandes formas!
Acúmulo da ausência.
Construíram um edifício, na quadra vazia.
Não sei onde ficou a fantasia, transição.
Dúvidas que se prolongam no espaço...
Não consigo deixar, meu coração permanece em 92.

Outra forma de ver e sentir.

Renata Reis

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

SUA EXCELÊNCIA, O LEITOR






Os cariocas Viviane Lordello e Lindenberg Moreira queriam compartilhar com os amigos os livros de que gostavam quando criaram em 2009 o Skoob ("books" ao contrário), a primeira rede social brasileira destinada a leitores de livros. Desde então, encontrar outras pessoas na internet que leram os mesmos livros para trocar experiências, críticas e até recomendar outras leituras se tornou um hábito mais simples. Afinal, quando um livro é bom, há a necessidade de compartilhá-lo com o mundo.


Viviane conta que o Skoob foi criado para atender um grupo de amigos que queria uma alternativa online para falar de livros. Não demorou muito para que outras pessoas com a mesma necessidade se cadastrassem. Na primeira semana, 2.500 pessoas entraram para a rede. "Foi nesse momento que percebemos que havia muita gente esperando uma rede social específica para leitores", diz ela.

Com uma interface simples, o Skoob permite ao usuário listar os livros que leu, os que está lendo e os que quer ler. Também é possível apontar os livros que foram relidos e os abandonados. Há ainda a possibilidade de publicar resenhas elaboradas, divulgar o andamento da leitura e interagir com usuários que estão lendo o mesmo livro. Para aproximar leitores que têm gostos similares, a rede social ainda permite a criação de grupos que funcionam como fóruns de discussão.

"Ler é quase sempre algo que fazemos de forma solitária. Geralmente gostamos de comentar o que estamos lendo, mas é difícil encontrar pessoas que estejam lendo o mesmo livro dentro do nosso ciclo de amizades", afirma Viviane.

O site é uma paixão para a jornalista e blogueira Juliana Oliveto, de 23 anos. Criadora do site Livros e Bolinhos, Juliana usa o Skoob desde 2009. "Gosto dele pela organização que me proporciona. Posso marcar a data em que li cada livro, por exemplo. Gosto da praticidade de reunir as informações da minha estante e para poder contar quantos livros li por ano", diz.

O Skoob não é a única ferramenta do tipo. Similar a ele, o Goodreads é o pioneiro das redes sociais literárias nos Estados Unidos. O site foi desenvolvido em 2007 pelo norte-americano Otis Chandler, que diz ter tido a ideia quando passava os olhos pela estante de livros de um amigo, procurando um livro para ler. "Percebi que quando quero uma dica de leitura recorro a um amigo e não a um desconhecido em uma lista de bestsellers", disse Chandler à reportagem. "Então pensei em criar um site para ver a estante de todos os meus amigos e descobrir o que eles acharam de todos aqueles livros."

O Goodreads também permite criar uma estante virtual, que pode ser vista por todos os amigos do usuário na rede. Os títulos podem ser divididos em prateleiras temáticas ou nas categorias "li", "lendo" ou "quero ler". Também é possível compartilhar resenhas, comentários e criar grupos de discussão.

Descobertas. Além de compartilhar experiências de leitura, ambas as redes sociais possibilitam o compartilhamento de livros. No aplicativo para iPad e iPhone, o Goodreads oferece o download gratuito de títulos que já estão em domínio público. Chandler afirma que também foi pensando no mercado de e-books que a rede foi desenvolvida. "Comprar livros é algo que está migrando para o meio online. As pessoas precisam encontrar uma maneira de descobrir livros online, o que é um desafio muito maior do que avaliar os títulos em uma estante."

Além disso, Chandler cita a publicação independente como um outro fator importante para o uso das redes sociais na descoberta de novas leituras. "Se você perguntar a uma editora ou a um autor qual é o principal problema da indústria hoje eles vão dizer que é a ‘descoberta’. O Goodreads ajuda pessoas a descobrir novos livros por meio de amigos, da comunidade e de nossa ferramenta de recomendações." Com base nas avaliações do usuário, o Goodreads cria uma seleção de títulos de gêneros, temas e autores semelhantes aos listados como favoritos.

No Skoob a descoberta vai além. O site tem um espaço exclusivo para trocar livros. Os usuários podem divulgar os livros que têm e querem trocar e aqueles que gostariam de receber. "Uso o Skoob apenas para troca de livros. Não atualizo meu perfil com frequência e nem tive tempo para montar a minha estante", diz a professora de inglês e tradutora Tatiana Feltrin, de 30 anos, que faz resenhas de livros no YouTube.


O espaço também é usado por editoras, que fazem promoções para os usuários do Skoob. Responsável por algumas das obras favoritas do público da rede social, como os livros da série Harry Potter, a editora Rocco usa a ferramenta em seu favor. Para Cíntia Borges, gerente de comunicação da empresa, as promoções fazem o livro chegar a leitores em potencial. "Alguém que deseja ler o que produzimos pode funcionar como um porta-voz informal e espontâneo de nossos livros", diz.

Cada ação promovida por uma editora tem em média 5 mil participantes interessados em uma cópia do livro, o que colabora para a divulgação do título. Os gêneros variam de autoajuda, literatura infanto-juvenil e até mesmo biografias.

Seja para compartilhar experiências, descobrir novos títulos ou conhecer novos amigos, redes sociais são importantes ferramentas nesse processo. "As pessoas não querem apenas ler, mas também compartilhar suas opiniões. E sem a internet não vejo como isso poderia acontecer", afirma Juliana Oliveto.

PARA DISCUTIR

SKOOB - Criado em 2009, tem 725 mil usuários cadastrados e permite criar uma estante virtual, compartilhar resenhas, participar de discussões e trocar livros. www.skoob.com.br;

GOODREADS - Criado em 2007, tem 11 milhões de usuários cadastrados. Permite montar estantes virtuais, compartilhar resenhas e recomendar livros aos usuários. www.goodreads.com

(Estadão)

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

CANTO FINAL



























No círculo de pedra vaga o leão sangrento,
entre sombra, desejo e cansaço.

Pelos dentes a saliva lubrifica a fome
... e ele arde, rosnando solitário no paraíso.

Devagar percebe que lhe vão caindo os dentes,

( a vasta juba de fogo esfria em pelos brancos )

Devagar lhe caem as unhas, as vontades
caem as lembranças mais felizes.

O leão covarde geme e chora,
Falta-lhe o bando, falta-lhe aquilo que ficou para trás

o rugido imponente que se perdeu pelo caminho

Mas o leão resiste e avança pela estepe com o pouco que lhe restou,

a lembrança do filho, a derradeira glória, a pouca e valiosa fé.


Ronald Freitas (Cadafalso.2012)

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

CANTEIROS



Quando penso em você fecho os olhos de saudade

Tenho tido muita coisa, menos a felicidade

Correm os meus dedos longos em versos tristes que invento

Nem aquilo a que me entrego já me traz contentamento

Pode ser até manhã, cedo claro feito dia

Mas nada do que me dizem me faz sentir alegria

Eu só queria ter no mato um gosto de framboesa

Para correr entre os canteiros e esconder minha tristeza

Que eu ainda sou bem moço para tanta tristeza

E deixemos de coisa, cuidemos da vida,

Pois se não chega a morte ou coisa parecida

E nos arrasta moço, sem ter visto a vida.


Cecília Meireles

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

A HORA DA COLHEITA


Por Madalena de Jesus


Remexendo meus escritos encontrei este texto, publicado no Jornal Folha do Estado em 21 de julho de 2011. As palavras falam por si só. Em cada uma delas está a essência da pureza desse anjo de luz que hoje completaria 55 anos de vida entre nós. Tem sido difícil viver sem a sua alegria. Já se foram seis meses e ainda não dá para entender a sua partida tão precoce para outra dimensão. O amor que emanava dela parece que está no ar. E nós aqui, tentando seguir seus ensinamentos, semeando e plantando tudo aquilo que um dia haveremos de colher.



















"Na vida nunca sabemos, qual vai ser a hora certa da nossa colheita, levamos a vida a semear, sem saber de fato o que vamos colher no final. Por isso é preciso termos muito cuidado, com tudo aquilo que nós semearmos ao longo da nossa jornada aqui na terra. Porque de uma hora para a outra poderemos precisar colher todos os frutos daquilo que plantamos uma vida inteira.

Ao longo da minha vida tentei semear o bem mesmo que as vezes o terreno não fosse o ideal, mas eu sempre acreditei que o bem sempre vence o mal, e que é necessário fazemos o bem sem olhar quem. Hoje quando me encontro lutando pela minha vida, tenho colhido as flores plantadas ao longo do caminho, mesmo naquelas flores que tem algum espinho sei valorizar o perfume deixado por elas.

Vivo um dia de cada vez, e cada dia busco conquistar novos amigos aqui no meu alojamento na Madre Paulinha em Barretos, há certeza de que nada no mundo tem mais valor do que os verdadeiros amigos, nenhum dinheiro no mundo hoje me traria minha saúde de volta, sem que eu precise lutar por ela, sem que eu precise acreditar que minha fé, o amor das pessoas, dos meus amigos e familiares, é que ao me permitir encontrar a vitoria no final, uma vitoria constituída de muita luta, com muitas pedras a serem retiradas do caminho, mas o triunfo do amor sobre a doença será o resultado alcançado.

Estarei semeando aqui novos frutos, que colherei com certeza ao fim desta minha estada. Se Deus me trouxe de tão longe deixando tudo para trás é porque no mínimo ele tinha o propósito de que eu vivenciasse uma nova estória de superação neste lugar". (Cida Maxado Barretos - SP)

domingo, 30 de setembro de 2012

EXAME DA ROYAL ACADEMY OF DANCE NA EARTE



 
Acontece no próximo dia 03 de outubro em Feira de Santana o exame da RAD - Royal Academy Of Dance - que será realizado na academia EARTE. A RAD é  uma das maiores instituições de exames de ballet clássico do mundo está realizando exames para avaliar o nível técnico e artístico de bailarinos em todo o Brasil.

A Earte foi à primeira escola a trazer este método inglês para a cidade há 26 anos. Este ano a examinadora será a Ms Paula Lau que mora nos Estados Unidos. Os exames são reconhecidos mundialmente e são projetados para motivar e incentivar os alunos de todas as idades e níveis de habilidade, através de um sistema de avaliação de progresso e de realização além de ter a chancela de reconhecimento da Rainha Elizabeth II da Inglaterra.

Estes exames proporcionam aos alunos, conhecimento e aperfeiçoamento da técnica do Ballet, encorajamento, atitude, autoconfiança, ritmo, aumento da coordenação motora, responsabilidade entre outros benefícios.

Manuella Oliveira, professora de ballet da Earte, obteve certificados da Royal Academy enquanto aluna e há 14 anos foi submetida a um exame "Teaching Certificate" que garante sua atuação como professora e o direito de inscrever alunas(os) nos exames. Manuela continua fazendo todos os exames de atualização para professores da Royal..

O exame, realizado anualmente é reconhecido e respeitado em todo o mundo. Serão examinadas mais de duas mil crianças e, trezentos e cinqüenta e cinco jovens, de Pre- Primary a Solo Seal entre as 153 escolas filiadas em todo o Brasil.

Com informações da Assessoria de Imprensa


terça-feira, 25 de setembro de 2012

DISCÍPULOS DO CORDEL



Hoje é Segunda Feira
Na Feira de Santana
O povo do interior
Traz maxixes e bananas
As mocinhas caipiras
Se metem a bacana ê, ê...

...Quem pensar que a literatura de cordel que alguns escritores discordam do termo, está morta no Brasil está totalmente enganado. Ela continua viva na nossa língua e cultura brasileira. Principalmente nas universidades onde se pesquisam o aprimoramento das nossas origens e a busca dos costumes das raças e a etnia de um povo. Buscando na história; ladrões, invasores, escravos e prostitutas, desembarcaram no nosso país é verdade.

Mas antes deles nós temos a raça mor, que sempre defendeu o planeta Brasil que são os índios e 19 de abril é o seu dia. Mesmo tocando fogo nele em praça publica, eles continuam resistindo em defesa do maior patrimônio do mundo que é a floresta amazônica. E o cordel fica aonde nisso tudo? Calma amigo. O cordel já está na Internet ok!.

Pra seu governo agora mesmo foi feito um concurso, cujo o corpo de jurados foi composto de dois baianos: Gilberto Gil e Tom Zé. Gil de Vitoria da Conquista e Tom Zé de Irará. Participaram deste concurso de literatura de cordel pela Internet, só nomes novos, principalmente gente Nordestina. Francisco Linhares, Otacilio Batista, gravados por Zé Ramalho mestres no gênero de poesia popular, Patativa do Assaré poeta tradutor das dores do Nordeste cantadas por Luiz Gonzaga significam Cordel vivo.

Paulistas, gaúchos e mineiros ao percorrem as terras nordestinas fazem do cordel souvenir, no meio das feiras pernambucanas, no Pátio de São Pedro em Recife, Mercado Modelo em Salvador, eles curtem a nossa literatura popular. Em Feira de Santana, a Porteira do Sertão que com muito custo e lágrimas nós vamos arremedando os antepassados como Rodolfo Coelho Cavalcante, para continuar viva esta cultura. Poetas, cantadores, emboladores como, Bule-Bule, João Crispim Ramos, Daninho e Caboquinho, Franklin Maxado, Antônio Alves, Joaquim Gouveia, Sabiá e muitos outros, pelejam pela vida a fora declamando em praças, centro de conferências, reuniões acadêmicas, até mesmo em alguns botecos por que não, satisfazendo a vontade de nos tornar vivos e continuar sendo discípulos de tal profecia, o cordel.

Se um americano perguntar a um brasileiro em visita a Maiame, o que ele trouxe na bagagem como cultura ele vai dizer: Carla Perez ( a bunda) ou Pelé (a bola). O que é que você acha? Essa Literatura Popular existiu em vários países, como na França até o século XIX, em Portugal e Espanha até as primeiras décadas do século XX. Se distribuía esses folhetos de cordel nestes países profissionalmente. Na Espanha a Biblioteca Nacional dispõe de uma grande coleção. No Rio de Janeiro, a Fundação Casa de Rui Barbosa possui uma das maiores coleções brasileiras. E assim vão esses discípulos pregando a esperança, a paz, a política e o apocalipse.

...inventaram um tribunal
para julgar a humanidade
o errado sempre está certo, 
isso é mais uma verdade
quem tem dinheiro compra tudo
dentro da sociedade.

Asa filho, poeta, compositor, escritor cantador. Estudos Sociais pela FUFS(UEFS). Desenvolve um trabalho de cultura de raízes em sua cidade Feira de Santna. Contatos. 75/224.1238-9977.3438/3483.2740 Rua H 331, Cj João Paulo II .
Texto publicado em 2000 mil e cacetada...

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

“ANIMAIS DE RUA” NA MIRA DOS FOTÓGRAFOS



O repórter fotográfico e diretor de Fotografia da Secretaria Municipal de Comunicação (Secom) Bernardo Bezerra foi o vencedor do Concurso de Fotografia "Animais de Rua", promovido pelo Clube de Fotografia Gerson Bullos. Em segundo e terceiro lugares foram classificados José Nicolau de Almeida Júnior e Luiz Osvaldo Mascarenhas.

Além dos primeiros colocados, mais 12 fotografias mereceram menção honrosa da coordenação do concurso, que foi aberto para fotógrafos amadores e profissionais de Feira de Santana e teve, também, caráter social. É que cada a cada trabalho inscrito o autor fez doação de alimentos destinados à Associação Feirense de Proteção aos Animais - APA.

Madalena de Jesus

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

ALMA DE BAILARINA








(Para Naiara Moura)

O corpo fala
O que vem da alma
E se espalha.

O sorriso diz
O que o coração sente
E transborda.

O amor vem
Em forma de dança
E se instala.

E no ritmo da música
- Mesmo que não haja som -
O gesto se faz ouvir.

A vida se mostra
Em corpo de mulher
E jeito de menina.

No espetáculo de cores
A sensualidade transparece
Na quase inocência da bailarina.

Madalena de Jesus
Fotos: Rodrigo Cazeta

terça-feira, 4 de setembro de 2012

FLAGRANTES DO COTIDIANO











A imagem é tudo. Nunca uma frase de efeito teve significado tão abrangente como na mostra fotográfica de Luiz Tito, o carioca de alma baiana que fez de Feira de Santana a sua morada e fonte de inspiração. No Museu Parque do Saber Dival da Silva Pitombo, desde a noite de sexta-feira (31) flagrantes do cotidiano atraem olhares de um grande público.

São 60 fotografias que contam um pouco da história de Feira de Santana e várias outras cidades baianas ao longo dos 20 anos de carreira do foto jornalista. Com o sugestivo título “Luiz Tito: 20 anos escrevendo com a luz”, a exposição chama a atenção pela beleza estética e, ao mesmo tempo, a crueza dos detalhes expostos de situações drásticas.

As 60 fotografias expostas são flagrantes espontâneos, por isso surpreende a qualidade do trabalho. As imagens são as mais variadas: pessoas que se comprimem em um pau de arara; livros didáticos estragados em uma casa abandonada; o sorriso de uma menina em meio a uma boiada; a queima de pneus na estrada; Dona Canô abençoando uma criança.

Luiz Tito não escolhe um tema específico. Sua fotografia mostra tudo: gente, animais, flores, lixo, rio, seca, fome, desperdício, futebol, alegria e dor. Mas confessa que a miserabilidade e o crime ambiental são questões desafiadoras e admite que uma fotografia especial ainda não foi tirada: um jogo do Flamengo, o seu time, no Maracanã, Rio de Janeiro.

“Aspiro, inspiro e expiro fotografia”, costuma dizer Luiz Tito, que veio para Feira de Santana pelas mãos do tio e amigo Reginaldo Pereira, um de seus maiores incentivadores. “Foi quem me deu oportunidade”, conta, entre agradecido e emocionado. Aos 50 anos de idade e 20 de carreira, diz que ainda está aprendendo. A mostra está aberta à visitação do público.

Fotos: Bernardo Simões
Texto: Madalena de Jesus


Publicado originalmente em feiradesantana.fsa.gov.ba.br

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

LEMBRANDO A POETA CORA CORALINA




"Não te deixes destruir…

Ajuntando novas pedras

e construindo novos poemas.

Recria tua vida, sempre, sempre.

Remove pedras e planta roseiras e faz doces. Recomeça.

Faz de tua vida mesquinha

um poema.

E viverás no coração dos jovens

e na memória das gerações que hão de vir.

Esta fonte é para uso de todos os sedentos.

Toma a tua parte.

Vem a estas páginas

e não entraves seu uso

aos que têm sede".


( Cora Coralina )

Foto extraída do Blog Riscos & Rabiscos

domingo, 26 de agosto de 2012

A FORMIGUINHA E O FORMIGUEIRO




Ainda era junho, mas a cidade já vivia as eleições municipais de 1976, com o MDB saindo na frente com a candidatura do velho Colbert Martins (foto). O poeta Alcivando Luz compôs “Feira, sustente esta bandeira”, o publicitário Domingos Leonelli criou a marca em cima da frase “Em cada casa, em cada rua, o nome é de Colbert, mas a luta é sua” e nas reuniões os líderes pediam que cada militante fosse uma formiga trabalhando pela vitória em novembro.

Os arenistas iniciaram a campanha trazendo o presidente regional, deputado Fernando Wilson Magalhães que na coletiva ironizou o símbolo dos adversários afirmando que “vamos destruir facilmente a formiguinha”. No jornal Feira Hoje do dia seguinte Colbert Martins devolveu a provocação:

- É possível matar a formiga, difícil é ter coragem para botar o pé no formigueiro...

Fonte: porsimas.blogspot.com