quarta-feira, 28 de março de 2012

O QUE É, O QUE É?



Eu fico com a pureza das respostas das crianças:
É a vida! É bonita e é bonita!
Viver e não ter a vergonha de ser feliz,
Cantar,
A beleza de ser um eterno aprendiz
Eu sei
Que a vida devia ser bem melhor e será,
Mas isso não impede que eu repita:
É bonita, é bonita e é bonita!
E a vida? E a vida o que é, diga lá, meu irmão?
Ela é a batida de um coração?
Ela é uma doce ilusão?
Mas e a vida? Ela é maravilha ou é sofrimento?
Ela é alegria ou lamento?
O que é? O que é, meu irmão?
Há quem fale que a vida da gente é um nada no mundo,
É uma gota, é um tempo
Que nem dá um segundo,
Há quem fale que é um divino mistério profundo,
É o sopro do criador numa atitude repleta de amor.
Você diz que é luta e prazer,
Ele diz que a vida é viver,
Ela diz que melhor é morrer
Pois amada não é, e o verbo é sofrer.
Eu só sei que confio na moça
E na moça eu ponho a força da fé,
Somos nós que fazemos a vida
Como der, ou puder, ou quiser,
Sempre desejada por mais que esteja errada,
Ninguém quer a morte, só saúde e sorte,
E a pergunta roda, e a cabeça agita.
Fico com a pureza das respostas das crianças:
É a vida! É bonita e é bonita!
É a vida! É bonita e é bonita!

(Gonzaguinha)

sexta-feira, 16 de março de 2012

FILHOS DO MUNDO




O Jornal NoiteDia desta semana presta uma homenagem ao jornalista, escritor e poeta Francisco Fagundes Filho, Chico Fagundes, que deixou o nosso convívio há 10 anos. Aqui um de seus mais lindos poemas.

(Aos meninos de rua deste rico país)

Nascestes da vida!
És vagabundo?
Ou vítima do mundo,
sonho, amigo... Profundo.

Vives arrepiado,
sonhando, alucinado,
dormindo... Acordado.

És filho da vida,
amado e desprezado.
Vives sonhando
com um mundo insano.

Vida sofrida e invadida
Por que sonhar?
Se o sonho se nos apresenta
como ilusão, esperança, encantos e configurações.

A vida é um sonho
ou viver é um encanto?
O sonhar é um pranto
e o amor é o quebranto da paz.
Vivas como ames como queres,
Ames como puderes;
Sejas sempre...
Uma busca do que quiseres.

Fagundes Filho, 27/02/1997

quarta-feira, 14 de março de 2012

DIA NACIONAL DA POESIA


Em 14 de março, o Dia da Poesia é comemorado em todo o país. Mas, Cabaceiras do Paraguaçu, município do recôncavo baiano situado a 170 quilômetros de Salvador, tem um motivo a mais para celebrar a data. Afinal, lá nasceu Castro Alves (14.03.1847 – 06.07.1871), o poeta de ideais abolicionistas e autor de obras como Espumas Flutuantes, Vozes DAfrica e O Navio Negreiro. Para marcar os 165 anos do nascimento do trovador baiano, a Diretoria de Museus do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (DIMUS/IPAC), em parceria com a Prefeitura Municipal de Cabaceiras do Paraguaçu, preparou uma programação especial que inclui concurso de declamação de poesias, apresentações musicais e feira cultural.

A comemoração tem início no dia 10 de março, quando o Parque Histórico Castro Alves, espaço administrado pela DIMUS, promove a 11ª edição do Festival de Declamação de Poemas de Antônio de Castro Alves. No concurso, pessoas de diversas regiões do estado e de todas as idades entoam os versos do poeta baiano, levando sua obra ao grande público. Os inscritos são analisados por um júri composto por técnicos da DIMUS, diretores de teatro, poetas e profissionais da área de literatura, que avaliam os seguintes critérios: interpretação, originalidade, criatividade e fidelidade ao texto declamado.

Os cinco primeiros colocados são contemplados com prêmios que variam entre R$ 500 e R$ 1.500 e se apresentam também no dia 14 de março, durante as comemorações do aniversário de Castro Alves. Nesta data, os festejos são intensos e começam bem cedo. Às 5h da manhã, uma alvorada de fogos convoca toda a população de Cabaceiras a experimentar um dia dedicado à poesia. Uma missa festiva é celebrada às 8h, na Igreja São João Batista, em homenagem ao filho mais ilustre do município. Às 9h, a Praça Castro Alves recebe uma feira de cultura. E, ao longo do dia, grupos artísticos mantém a festa animada com apresentações itinerantes pelas ruas de Cabaceiras e na área do Parque Histórico, situado na Fazenda Cabaceiras, local onde nasceu o poeta.

Ao visitar as dependências do museu biográfico do Parque, os participantes também têm a oportunidade de conhecer um pouco da vida e da obra do porta-voz literário da Abolição da Escravatura no Brasil. Além de acervo de mais de 380 objetos que pertenceram a Castro Alves e seus familiares, formado por fotografias, cartões-postais, manuscritos, livros, indumentárias, adornos pessoais, utensílios domésticos e artes visuais, o espaço também dispõe de uma biblioteca. Para Alba Boente, coordenadora do Parque Histórico, a festa é um momento não somente de preservar a memória e homenagear um grande poeta baiano, mas de apresentar ao grande público as ações socioculturais que vêm sendo realizadas no Parque, a exemplo dos projetos Sopa de Letras, direcionado ao público infanto-juvenil, e Baú de Memórias, voltado para idosos.
Fonte: IPAC

DEFICIÊNCIAS





"Deficiente" é aquele que não consegue modificar sua vida, aceitando as imposições de outras pessoas ou da sociedade em que vive, sem ter consciência de que é dono do seu destino.

"Louco" é quem não procura ser feliz com o que possui.

"Cego" é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria, e só tem olhos para seus míseros problemas e pequenas dores.

"Surdo" é aquele que não tem tempo de ouvir um desabafo de um amigo, ou o apelo de um irmão. Pois está sempre apressado para o trabalho e quer garantir seus tostões no fim do mês.

"Mudo" é aquele que não consegue falar o que sente e se esconde por trás da máscara da hipocrisia.

"Paralítico" é quem não consegue andar na direção daqueles que precisam de sua ajuda.

"Diabético" é quem não consegue ser doce.

"Anão" é quem não sabe deixar o amor crescer.

E, finalmente, a pior das deficiências é ser miserável, pois:

"Miseráveis" são todos que não conseguem falar com Deus.

"A amizade é um amor que nunca morre."

Mario Quintana (escritor gaúcho nascido em 30/07/1906 e morto em 05/05/1994)