segunda-feira, 9 de abril de 2012

CIDA MACHADO E SUA GERAÇÃO DE "SUPERMULHERES"


Por Valdomiro Silva

Madalena de Jesus, Maura Sérgia, Neire Matos, Leda Albernaz, Conceição Lobo, Elis Regina, Maria Aparecida. Tive a honra de trabalhar diretamente com essas mulheres, de uma geração de jornalistas feirenses que marcou época – algumas delas ainda brilham entre nós e esperamos que continuem firmes conosco por muito mais tempo. Deste grupo, partiram, todas muito precocemente, Conceição Lobo, Elis Regina e Maria Aparecida.

Cida, a mais recente perda, se foi de uma maneira muito cruel, atingida por um câncer que a fez definhar. Conceição, que era uma vibrante repórter policial, sucumbiu a um ataque cardíaco com pouco mais de 30 anos de idade. Elis, da mesma faixa etária, vítima de um acidente automobilístico quando seguia para Aracaju, onde trabalhava e buscava o diploma em jornalismo – embora já fosse uma excelente profissional de comunicação em sua época.

Agora, a imprensa chora a morte de Cida, que também nos deixa ainda muito cedo. Lembro-me bem dela quando ingressei no “Feira Hoje”, em 1983, como estagiário do curso de Redação do Colégio Estadual. Cida já era repórter e grande amiga de Neire e Madalena. Elas formavam um trio quase inseparável.

Mulheres de muita personalidade. Em um tempo em que os homens dominavam quase todas as profissões e costumavam fazer prevalecer suas opiniões, Cida, Madá, Neire e suas amigas conseguiam se impor e macho nenhum se metia a besta com elas. Eram muito fortes, realmente. E pareciam levar muito a sério a máxima de que a união faz a força.

Aparecida sempre foi uma mulher muito bem resolvida, praticamente mãe e pai dos seus dois filhos – ambos, aliás, muito bem criados, hoje profissionais, que estiveram rentes com ela, em seu calvário contra o câncer, até o último momento. Uma mulher que teve de lutar contra preconceitos e que não precisou de companhia masculina para se firmar.

Secretária de Comunicação do Município, editora do jornal "Folha do Estado", radialista, empresária do ramo de bloco micaretesco, dirigente do Sindicato dos Jornalistas. Foram muitas funções executadas por Cida, enquanto esteve entre nós.

“Seeeerra!”. Assim ela me saudava, alegremente, sempre que nos encontrávamos. Nunca com um “e” simples. A vogal era prolongada, efusiva. “Serra” era a forma carinhosa como me chamava, em alusão ao apelido original, “Serrinha”. Além dela, só mais dois amigos, me cumprimentam dessa forma: Madalena de Jesus e Jailton Batista.

A alegria de viver, manifestada no riso sempre espontâneo, no salão de danças durante as festas, nas inúmeras amizades que soube conquistar, são exemplos que ficam para todos nós. Sua fé inabalável e a maneira corajosa e obstinada com que enfrentou o câncer são um valioso legado. Cida, você não perdeu esta luta. Encarou o monstro sem perder o brilho nos olhos nem nos momentos mais terríveis. Uma vitoriosa, que superou todas as batalhas de sua vida. Uma verdadeira campeã. Invicta.

Um comentário:

  1. Fico muito honrada em ser mencionada entre estas mulheres guerreiras. Cada uma com sua história de vida, mas, todas com perfil idêntico.Obrigada, Valdomiro, obriga minha irmã Mada.

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