terça-feira, 31 de julho de 2012

O IMPORTANTE É SER FELIZ. E MAIS NADA.







Por Madalena de Jesus

Eu não casei, pelo menos de “papel passado”, como dizem. Não que isso interesse ao leitor. Trata-se apenas de uma informação que considero válida pelo simples fato de que o assunto a ser tratado é o casamento. E não é um casamento qualquer, na verdade são vários. Dezenas, centenas até. É um ato coletivo, que oficializa a união entre os casais, alguns já bem casados, diga-se de passagem.

É realmente bonito de se ver. E quem se aproximar de qualquer um dos casais pode constatar que para cada um deles o momento é único. É como se apenas eles estivessem ali, diante do juiz. Não importa se não teve espaço para todos os convidados, ou mesmo todos os familiares, acompanharem a solenidade de perto. São centenas de histórias de vida lado a lado, mas sem interferência uma na outra.

O certo é que há uma década Feira de Santana promove o chamado “Casamento Coletivo”, uma parceria entre a Prefeitura Municipal e o Poder Judiciário, efetivada por meio do Projeto Família Cidadã. Tudo gratuito, basta fazer a inscrição no período certo (a partir desta quarta-feira (1º), às 7h30, na Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (Sedeso).

A propósito, as pessoas interessadas em oficializar a união devem apresentar cópia autenticada da Certidão de Nascimento (2ª via 2012), do comprovante de residência atual, cópia da Carteira de Identidade e CPF, e estar acompanhado por duas testemunhas. Se viúvo (a), é necessário entregar cópia autenticada de Certidão de Casamento (2ª via 2012), da Certidão de Óbito (2ª via 2012), do Formal de Partilhas (se houver bens), do comprovante de residência, Certidão negativa do 1º e 2º Ofício e estar acompanhado por duas testemunhas.

Para as pessoas com idade entre 16 e 18 anos é preciso ter o consentimento expresso e por escrito dos pais. Já os menores de 16 anos só podem oficializar a união com autorização judicial e devem apresentar cópia autenticada da Certidão de Nascimento, (2ª via 2012), do comprovante de residência, da Carteira de Identidade do Menor e do RG dos pais.

No mais, é esperar a data e comparecer ao local marcado. Depois, é ser feliz, porque no fundo, no fundo, isso é o que importa.

(Com informações da Secom/PMFS)
Fotos: Arquivo Secom

segunda-feira, 30 de julho de 2012

ARTE JOVEM MARCA OS 16 ANOS DO MAC









Produções artísticas de jovens talentos, em variadas vertentes, marcaram a noite de comemoração do aniversário de 16 anos do Museu de Arte Contemporânea Raimundo Oliveira (MAC), na noite DO DIA 25. As cores e traços do grafite, a contemporaneidade dos desenhos a lápis, além de performances, poesias e pulverografias encantaram o grande público que marcou presença no evento.


Na oportunidade foi aberta a exposição coletiva dos artistas Carolina Belmondo, Márcio Punk, Tâmara Lyra, Izaias Ribas, Don Guto e Kbça. Os quatro últimos estão expondo pela primeira vez em um museu. A curadora da mostra, Viviane Santos, diz que a proposta é justamente dar oportunidade a esses jovens artistas.

“Eles divulgavam seus trabalhos através das mídias digitais, do Facebook, Flirck, então a idéia foi unir todos eles aqui para mostrar o seu trabalho de maneira livre, sem uma temática específica”, explica a curadora. “Temos música, performance, artes plásticas, lançamento de livros, então buscando unir todas as formas de arte dentro desse evento de aniversário do museu”, completa.

Na noite de aniversário do MAC também foi inaugurado o Mural de Arte Contemporânea, pintado no dia 21 de julho no pátio lateral do museu. São grafites de Julio Firmo, Izaias Ribas, Márcio Punk, Kbça e Don Guto. “Desde o processo de montagem, até a finalização, houve uma grande interação entre os artistas, que são amigos, e o evento celebra o aniversário do MAC e o encontro desses amigos também”, destaca Viviane.

Um dos estreantes da noite, o grafiteiro Kbça, destacou a ascensão desta vertente da arte contemporânea. “O grafite vem conquistando cada vez mais o seu espaço, derrubando barreiras, tabus, preconceitos, e ganhando o respeito das pessoas. Hoje estamos trazendo o grafite para um museu da importância do MAC. E este é um bom exemplo”, considera.

A noite de aniversário do MAC também contou com lançamentos dos trabalhos Fragmentos Íntimos (desenho) de Tami Oliveira, Amostra Grátis (poesia) de Ronaldo da Paixão e Arquitetura Oculta, de Ederval Fernandes. O público apreciou ainda a discotecagem do músico Don Maths e o recital performático “A composição do Homem”, com Araylton Públio, interpretando sete poemas de Antonio Brasileiro. As exposições ficam abertas ao público até o dia 22 de agosto e podem ser conferidas de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 14h às 17h.

Fonte: Secom/PMFS (Texto e Fotos)



domingo, 29 de julho de 2012

REABILITE O MEU CORAÇÃO






Pedi a Vanessa(da Mata) que, em seu magnífico show e com suas belíssimas canções, reabilitasse o meu coração, como em "As palavras". Mas coisa difícil mesmo foi não lembrar... O concerto começou "Vermelho", e que meigos eram os meus olhos ao se controlar para permanecerem secos. "Ainda bem" mesmo que eu não tinha levado celular nem nada do tipo,porque se não como seria a minha vida?

Me sentia como os "Ilegais" em cada recordação, tentando não deixar uma maldade veloz me alcançar... Não consegui ter tanta paz. Mas era a paz que eu queria, por ela que eu buscava... Pedia "Não me deixe só"... Hoje vejo: meu destino é raro, eu não preciso que seja caro.

Vanessa cantava e eu cantava, querendo cantar mais alto que ela. E sem ser "Meu aniversário" conseguia cantar: Parabéns eu. Me protegi cercada de bons amigos, como ela aconselhou. Eu ia bem, muito bem. Até perceber que podia sim, ser sim "Amado". Mas nada devia acontecer. Inerte, me segurei. Respirei, tomei um gole do refrigerante mais gelado que já provei na vida. Detonava minha garganta, mas fez-se necessário.

Me entreguei e lembrei. Ela cantou que o pior não é conseguir, é desistir de tentar. Sei, assumo o quanto ainda "Te amo"... E lamento que não sejamos "O tal casal" depois de tudo...

Ia do fundo do poço ao topo do mundo em segundos. Em tantos extremos mergulhei... Precisei mesmo da
"Boa sorte" pra me curar da pessoa que nunca devia ter me aconselhado... Só um desencontro.
Pensei voltar, pedi a Deus que mantesse esse desejo n"A distância"...

Respirei, suspirei, transpirei. E me jurei um amor desses de cinema. Amor próprio sem limites. Cantei em alto e bom som "Ai ai ai ai"...Desejei brevemente um banho de chuva... Deixa pra depois. Ilhéus me esperava e eu precisava estar LINDA.

(Naiara Moura, solsegundo.blogspot.com - estudante de jornalismo e blogueira)

quinta-feira, 26 de julho de 2012

FÉ E DEVOÇÃO NA FESTA DE SANT'ANA




Fotos: Gleidson Santos

Em meio às rosas, fogos de artifício, aplausos e canções religiosas. Esta foi a recepção à padroeira de Feira de Santana, Nossa Senhora Sant’Ana, por parte dos milhares de católicos que acompanharam a procissão no final da tarde desta quinta-feira (26).

Ao comemorarem o dia da avó de Jesus, os fiéis também entoaram a canção “Mãe da Mãe de Jesus, ó Sant’Ana; Lá do alto da glória onde estais; Derramai sobre nós, soberana; Vossas benções de amor maternais”, além de muitas outras canções religiosas.

Durante o percurso da procissão também foram levadas diversas imagens, a exemplo de Mãe Rainha, Santo Expedito, São Pedro e São Miguel Arcanjo. Ao todo, foram aproximadamente 50 andores de santos padroeiros, como informa o arcebispo dom Itamar Vian.

Um dos grupos que participa da festa há mais de 15 anos é a Pastoral da Juventude da Catedral, com a imagem do Menino Jesus. “Nossa presença é muito importante porque renova a vocação da juventude. Temos a maior alegria em acompanhar as novenas, decoração do andor e participação na procissão”, disse a coordenadora da pastoral, Verônica Brito.

Já a Paróquia Bem Aventurado João Paulo II, do conjunto João Paulo, trouxe a imagem do papa pela primeira vez. “No ano passado trouxemos uma faixa. Estamos muito felizes em acompanhar a festa de Nossa Senhora Sant’Ana. É uma satisfação imensa para todas nós”, comenta Irani Barreto.

No que se refere ao número de participantes, dom Itamar diz que a festa reúne 80 a 90 mil pessoas todos os anos, mas em 2012 a expectativa é de até 100 mil fiéis devido à celebração do Jubileu de Ouro. “Hoje a Festa de Sant’ana realizada em nossa cidade é a maior festa da santa em todo o nordeste brasileiro. Alguns especialistas já afirmam que esta é a maior em todo o país”, declara.

Ao encerrar a procissão o arcebispo lançou uma cartilha política. O material já foi distribuído em outros anos eleitorais, mas nunca lançado na festa da padroeira da cidade. Dom Itamar diz que escolheu a data para que os eleitores firmassem o compromisso, diante da imagem de Santana, de votar responsavelmente.

No final da celebração também foi anunciada a comissão da festa de 2013, que já começa a trabalhar a celebração da próxima festa nesta quinta-feira. Com o encerramento da procissão, todas as atividades da Festa de Nossa Senhora Sant’Ana foram concluídas.

As atividades tiveram o apoio da Prefeitura de Feira de Santana, através das Secretarias Municipais de Transportes e Trânsito (SMTT) e Serviços Públicos (Sesp), além da Polícia Militar.

Fonte: Secom/PMFS

quarta-feira, 25 de julho de 2012

FERRAMENTA PARA VALORIZAÇÃO DA CULTURA




















Artistas feirenses poderão contar com uma importante ferramenta para difundir seus trabalhos e valorizar a cultura de Feira de Santana. A ideia é construir um banco de dados de músicos e artistas de outros segmentos culturais, que seja acessado através do site da Prefeitura. O assunto foi discutido na manhã desta terça-feira (24), em reunião realizada na Secretaria Municipal de Comunicação Social (Secom).

Músicos, representantes da Associação de Bandas de Feira de Santana e editores de blogs e sites da cidade relacionados à cobertura de eventos culturais apresentaram a proposta ao diretor de Turismo, da Secretaria de Turismo e Desenvolvimento Econômico (Setdec), Naron Vasconcelos e a secretária de Comunicação Social, Madalena de Jesus.

Na oportunidade, a cantora Márcia Porto observou os ganhos que a ferramenta traria. “O banco de dados seria uma espécie de portal oficial da cultura feirense. De qualquer lugar do mundo, uma pessoa teria acesso a informações sobre o trabalho de cada artista e, assim, conhecer melhor o perfil cultural de Feira. Os artistas poderão ganhar mais visibilidade e nossa cidade mais oportunidades de mostrar a riqueza cultural que possui”, considerou.

Para o editor chefe do portal Terra de Lucas, Emerson Azevedo, a iniciativa é louvável. “Muitos dizem que Feira não tem cultura e queremos evidenciar o contrário, pois neste segmento nossa cidade é rica. Vamos unir forças com as classes que representam a cultura em Feira, para valorizá-lo. O banco de dados dos artistas será fundamental para darmos mais destaque a este segmento”, avaliou.

A secretária Madalena de Jesus assegurou que o Governo Municipal tem o mesmo desejo dos artistas e que o apoio na construção da ferramenta será dado. “A Secom vai intermediar na construção deste banco de dados. A ferramenta será de grande relevância para os artistas, pois servirá de vitrine, e isso ajudará a projetar o nome de Feira”, ressaltou.

Fonte: Secom


segunda-feira, 23 de julho de 2012

DECLARAÇÃO DE AMOR PARA OS AMIGOS





















E eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos! Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos e o quanto minha vida depende de suas existências…

A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem. Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida.

Vinícius de Moraes

terça-feira, 10 de julho de 2012

UM APÓLOGO




Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha:

— Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que vale alguma cousa neste mundo?

— Deixe-me, senhora.

— Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está com um ar insuportável? Repito que sim, e falarei sempre que me der na cabeça.

— Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a dos outros.

— Mas você é orgulhosa.

— Decerto que sou.

— Mas por quê?

— É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa ama, quem é que os cose, senão eu?

— Você? Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora que quem os cose sou eu e muito eu?

— Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pedaço ao outro, dou feição aos babados...

— Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante, puxando por você, que vem atrás obedecendo ao que eu faço e mando...

— Também os batedores vão adiante do imperador.

— Você é imperador?

— Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel subalterno, indo adiante; vai só mostrando o caminho, vai fazendo o trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo, ajunto...

Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da baronesa. Não sei se disse que isto se passava em casa de uma baronesa, que tinha a modista ao pé de si, para não andar atrás dela. Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha, enfiou a linha na agulha, e entrou a coser. Uma e outra iam andando orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre os dedos da costureira, ágeis como os galgos de Diana — para dar a isto uma cor poética. E dizia a agulha:

— Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco? Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo; eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo e acima...

A linha não respondia; ia andando. Buraco aberto pela agulha era logo enchido por ela, silenciosa e ativa, como quem sabe o que faz, e não está para ouvir palavras loucas. A agulha, vendo que ela não lhe dava resposta, calou-se também, e foi andando. E era tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-plic-plic-plic da agulha no pano. Caindo o sol, a costureira dobrou a costura, para o dia seguinte. Continuou ainda nessa e no outro, até que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile.

Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que a ajudou a vestir-se, levava a agulha espetada no corpinho, para dar algum ponto necessário. E enquanto compunha o vestido da bela dama, e puxava de um lado ou outro, arregaçava daqui ou dali, alisando, abotoando, acolchetando, a linha para mofar da agulha, perguntou-lhe:

— Ora, agora, diga-me, quem é que vai ao baile, no corpo da baronesa, fazendo parte do vestido e da elegância? Quem é que vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto você volta para a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das mucamas? Vamos, diga lá.

Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de cabeça grande e não menor experiência, murmurou à pobre agulha:

— Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze como eu, que não abro caminho para ninguém. Onde me espetam, fico.

Contei esta história a um professor de melancolia, que me disse, abanando a cabeça:

— Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária!

Machado de Assis


Texto extraído do livro "Para Gostar de Ler - Volume 9 - Contos", Editora Ática - São Paulo, 1984, pág. 59.