terça-feira, 20 de agosto de 2013

SAMBAZOUK: MISTURA DE RITMOS EM DANÇA DE SALÃO



Com uma ampla programação de oficinas de dança ministradas por professores das mais diversas escolas do Brasil, o Zambazouk Feira vai invadir a cidade nos dias 14 e 15 de setembro, misturando ritmos e incentivando a prática da dança de salão. O evento acontecerá no Salão Nobre de Eventos, na avenida João Durval, onde também Serão realizados dois bailes.

O Sambazouk reúne o samba de gafieira, ritmo conhecido mundialmente por ser característico do Brasil, tem suas variações, o samba tradicional e o funkeado, e o zouk, de origem europeia. Apesar de muito conhecido fora do país, o samba ainda tem sua prática concentrada em poucos estados da região Sudeste, a exemplo do Rio de Janeiro e São Paulo. Já o zouk ganhou ao longo dos anos uma adequação na dança, e apropriação aos ritmos brasileiros como, por exemplo, a lambada, passando assim a ter muitos praticantes.

No sábado (14), as oficinas começam a partir das 9 horas, seguindo com sua programação ao longo de todo o dia. No domingo (15) as aulas serão iniciadas a partir das 9h30. À noite, a partir das 21 horas, nos dois dias, acontecem os bailes, com apresentações de dança dos profissionais. Os interessados em participar podem obter informações pelos telefones (75) 3022-2319/9210-9236 ou pelo e-mail sambazoukfeira@hotmail.com e pelo www.facebook.com/sambazoukfeira.

(Com informações de Daniela Oliveira, da Assessoria de Comunicação do evento)

sábado, 17 de agosto de 2013

EXPERIMENTOS SÁDICOS EM NOME DA MEDICINA


Conhecido como o "Pai da ginecologia moderna, J. Marion Sims  obteve essa fama por ser responsável por descobertas sobre a saúde feminina. Mas  essas descobertas foram conquistadas à base de experiências sobre as mulheres escravizadas no Alabama. Mulheres negras foram utilizadas como cobaias em experimentos brutais.

J. Marion Sims manteve sete mulheres negra cativas durante quatro anos. Nesse período elas foram expostas a experiências que as traumatizariam por toda a vida. O médico acreditava que os africanos eram insensíveis à dor e realizava operações cirúrgicas nas mulheres sem uso de anestesia ou condições anti-sépticas adequadas. Os procedimentos experimentais, como histerectomia e laqueadura tubária, foram feitos nessas condições insalubres. As negras escravizadas ainda seriam testadas para avaliação à reação de algumas doenças.

O médico  exerceu com ampla liberdade suas experiências em seus cativos, não sendo incomodado por nenhuma autoridade, pois pela ótica racista estava apenas fazendo testes em ''propriedades'' e não em humanos com direitos. J. Marion Sims tomou sobre sua custódia algumas crianças que serviram também como cobaias com uso de métodos cruéis. Ele não era um caso isolado, muitos outros médicos também se aproveitaram de humanos como cobaias para testes terríveis.

A história do ''Pai'' da ginecologia moderna e demais médicos sádicos pode ser conferida em detalhes no livro de Harriet Washington: ''Medical Apartheid: The Dark History of Medical Experimentation on Black Americans from Colonial Times to the Present''. (sem tradução para português)

domingo, 11 de agosto de 2013

O MELHOR PAI DO MUNDO



Nos separamos há exatos nove anos, dois meses e quarenta e três dias. Foi num domingo, como hoje. A partir de então, meus domingos nunca mais foram os mesmos... Era o nosso dia, mesmo que fossem apenas por alguns minutos. Ainda recordo da frase tão significativa: “Ainda é cedo”, quando caía a tarde e se aproximava a hora de voltar para casa. Era seu jeito de dizer que não queria que eu fosse embora , mas sem cobrar ou impor. Ele se foi aos 83 anos de idade e eu pensei, sem dizer nada, porque já não adiantava: “Ainda é cedo”.  Eu tenho o maior orgulho de dizer que eu tive o melhor PAI do mundo. Todas as honras, hoje e sempre, para Amilcar de Jesus, meu velho Zinho, o verdadeiro heroi de minha vida. Um homem que desafiou o destino e mudou a própria história. 

Madalena de Jesus

terça-feira, 6 de agosto de 2013

TRAÇOS CULTURAIS DE FEIRA NA CAMINHADA DO FOLCLORE



Prosseguem até sexta-feira (9) as inscrições para a 14ª Caminhada do Folclore, evento promovido pela Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), através do Centro Universitário de Cultura e Arte (Cuca). Os grupos interessados em participar devem se dirigir ao Cuca, localizado na rua Conselheiro Franco, 66, Centro, em Feira de Santana. Contato pode ser mantido pelos telefones (75) 3221-9766 e 3161-3014.

Este ano, a Caminhada do Folclore será realizada no dia 18 de agosto (domingo). A saída será às 8h do Centro de Cultura Amélio Amorim, no bairro Capuchinhos, com destino à avenida Getúlio Vargas pela rua Frei Aurelino de Grotramari. Depois, os grupos fazem trajeto de aproximadamente 2,5 quilômetros até o Espaço Cultural Marcus Moraes, Caminhada do Folclore - Arquivojá no centro da cidade.

A Caminhada do Folclore foi idealizada com o propósito de preservar, valorizar e divulgar as manifestações culturais do povo nordestino, a chamada cultura de raiz. É realizada no mês dedicado ao folclore, celebrado oficialmente em 22 de agosto (Dia do Folclore).

A proposta é de um desfile de grupos folclóricos que mostrem diferentes aspectos dos traços culturais de Feira de Santana e de outros municípios da Bahia. Dentre outras manifestações, eles apresentarão puxada de rede, quadrilha, capoeira regional e de angola, literatura de cordel, bumba meu boi, samba de roda, afoxé, reisado, samba e caretas.

Ao longo dos anos, observa a diretora do Cuca, Celismara Gomes, a Caminhada do Folclore “vem passando por um processo de crescimento e revitalização, trazendo para as ruas os grupos realmente comprometidos com a cultura de raiz”. O evento tem atraído a atenção de pesquisadores brasileiros e de outros países que aproveitam a oportunidade para entrevistas e registros fotográficos.

Ascom/Uefs 

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

CORTAR PALAVRAS




Sempre quis saber se a máxima “Escrever é cortar palavras” era de Carlos Drummond de Andrade ou de Graciliano Ramos. Pela economia de linguagem dos dois, tanto podia ser do poeta quanto do romancista. É a melhor definição do nosso ofício de jornalistas e escritores, que passamos a vida tendo que suprimir ou diminuir texto mais do que acrescentar, o que dá muito mais trabalho. Como dizia o Padre Antonio Vieira, “peço desculpas porque não tive tempo de ser breve”.

Falando disso com Marisa Lajolo e Arthur Dapieve, ela, escritora e professora de Literatura, tinha uma pista. Dias depois, me mandou a cópia de uma crônica do saudoso Armando Nogueira justamente intitulada “Escrever é cortar palavras”. Ele conta que passou “alguns anos” acreditando que o autor fosse Drummond. Mas, melhor repórter do que eu — que fiz uma longa entrevista com o poeta sem tocar no assunto —, Armando matou sua curiosidade indo direto à fonte. O poeta conhecia a frase, informou, “mas negou que fosse dele”. “Desapontado”, continuou sua pesquisa. Otto Lara Resende desconfiava que pertencia a um escritor mexicano, mas de cujo nome não se lembrava.

A busca levou o cronista a John Ruskin, “notável escritor e crítico inglês do século passado” (XIX), autor de um conto antológico sobre um feirante que oferece num quadro-negro o seu produto: “Hoje vendo peixe fresco.” Ao perguntar ao amigo o que achava da propaganda, recebeu a resposta de que a palavra “hoje” era dispensável, por óbvia. O vendedor cortou o advérbio de tempo e perguntou: que tal agora? “Se o amigo permite, tornou o visitante, gostaria de saber se existe aqui na feira alguém dando peixe de graça.” Era claro que não. E o anúncio, depois de perder o advérbio, perdeu o verbo, ficando reduzido simplesmente a um substantivo e a um adjetivo: “Peixe fresco.” Como numa feira presume-se que todo peixe seja fresco, bastaria a palavra “Peixe”. Mas, pensando bem, seria redundante chamar pelo nome o que todo mundo estava cansado de conhecer. Ruskin concluiu então: “O substantivo foi apagado. O anúncio sumiu. O quadro-negro também. O feirante vendeu tudo.”

A moral da história pode parecer uma sutil ameaça a escritores, jornalistas e publicitários. Será que, se a máxima for aplicada com excessivo rigor, acabaremos sendo dispensáveis?

(Zuenir Ventura - O Globo, 22 de julho de 2012)