segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

ENCONTRO DE MULHERES JORNALISTAS: CELEBRAÇÃO À VIDA!








O primeiro Encontro de Mulheres Jornalistas foi muito bom. Difícil seria imaginar que um segundo momento, com objetivos semelhantes, poderia ser melhor. Mas foi. A noite de quinta-feira (10) no Ibiza foi mágica. Encontros, reencontros, conversas sérias, muitas risadas... A chamada velha guarda do jornalismo feirense – da qual eu faço parte com muito orgulho – e a nova geração unidas pelo mesmo sentimento. O momento era para confraternizar, mas fomos muito além. Festejamos. Não somente a aproximação do Natal, o fim de um ano e o início de outro. Celebramos a vida! Aplausos para as idealizadoras e executoras dessa grande festa: Rose Leal, Beatriz Ferreira e Eveline Cordeiro. E que venha o terceiro encontro!

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

DIONORINA CANTA BOB MARLEY



Uma nova forma de interpretar a música de Bob Marley percorreu este ano o imaginário do cantor e compositor feirense Dionorina. O resultado poderá ser curtido nesta quinta-feira (3/12), às 20h, no Teatro da CDL, com o show “Dionorina in Concert Canta Bob Marley”.

“Procuramos lançar um olhar ao reggae mais para o erudito, utilizando um instrumental diversificado, misturando, por exemplo, guitarra com percussão e outros instrumentos”, explica o artista, adiantando que vai utilizar uma banda incluindo três violinos, uma viola e um violoncelo.

Prática que não é novidade na Europa, para onde viaja habitualmente, Dionorina admite: “Ainda não visualizei alguém com esse perfil aqui no Brasil”. Mas é com essa leitura que pretende investir para homenagear cantando, em inglês, os maiores sucessos dessa referência mundial do reggae, Bob Marley, que completa 34 anos de morto.

Dionorina terá o acompanhamento de Nicodemus Figueiredo (1º violino), Neemias Paganini (2º violino), Cleber Vitória (3º violino), Carlos (viola), Wander Claudino (violoncelo), Kiko Nascimento (guitarras acústica e elétrica), Ricardo Correia (percussão) e Vinícius Ferraz (piano, regência e arranjo de corda).

O projeto do show conta com o patrocínio da Prefeitura de Feira de Santana, por meio do Pró-Cultura/Esporte, Centro Universitário de Cultura e Arte (Cuca), Hospital Emec, Clínica Radiológica, Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), agência Mandacaru Comunicacão e Digê Assessoria e Produção Cultural.

A entrada é gratuita mediante a doação de um quilo de alimento não perecível a ser doado ao abrigo Casa de Passagem.


Com informações do Infocultural

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

O PRECONCEITO NOSSO DE CADA DIA


Atriz recebeu xingamentos nos comentários de uma foto postada em seu Facebook

Cris Viana foi mais uma artista vítima de racismo na internet. Assim como o recente episódio envolvendo a atriz Taís Araújo e anteriormente com a jornalista Maria Julia Coutinho, a Maju, a atriz da novela "A Regra do Jogo" foi alvo de comentários racistas ao postar uma foto em seu perfil do Facebook, na tarde desta segunda-feira (30).

"Já usou esse cabelo para lavar a casa hoje, Africana?", questionou um seguidor. "Parece o Bombril que minha mãe usa na pia", escreveu outro. "Sua primata africana", acrescentou mais um, dentre outras ofensas do tipo "Cade o Ibama pra tirar esse porco espinho do Facebook?". Além de ser ser chamada de "macaca".

A assessoria de Cris Viana, que recentemente estrelou uma campanha de biquíni em Florianópolis, afirmou que já está tomando as medidas legais cabíveis para resolover o assunto. 'Não posso me calar. Racismo é um crime inafiançável', frisa.

Pelo Instagram, a artista se manifestou sobre o caso e disse que não vai se calar. "Infelizmente, ainda passamos por isso em pleno 2015. Recentemente, a vítima foi a competente jornalista Maria Júlia Coutinho. E agora, apenas um mês após minha linda colega Taís Araújo também ter sido vergonhosa e covardemente atacada, aqui estamos novamente precisando enfrentar racistas escondidos sob o pretenso anonimato da internet", lamentou a atriz, citando os casos mais recentes de colegas que se contaram públicos.

Segundo a intérprete de Indira, na noite do último domingo (29), sua página do Facebook recebeu uma série de comentários preconceituosos. Entretanto, ela afirma que não pretende deixar o caso esquecido. "Foram imediatamente registrados e encaminhados à Justiça. Não posso me calar. Se meu trabalho me permite alguma expressividade, usarei minha voz por muitos que sofrem esse tipo de ataque racista diariamente e voltam para casa calados, cansados de não serem ouvidos, para chorar sozinhos".

'Covardes com mentes limitadas', rebate a atriz em mensagem

Ainda na declaração, Cris Vianna exaltou o orgulho que sente por ser negra e garante não se intimidar com os ataques. "Tenho orgulho da minha pele, do meu cabelo, da minha origem e de tudo o que sou. Do que somos. E não estamos sozinhos. Temos do nosso lado a lei – racismo é crime inafiançável - e milhares de brasileiros que também acreditam num país mais justo e civilizado, gente que entende que respeitar as diferenças é mais que um dever e que está disposta a denunciar e lutar contra todo tipo de preconceito".

A atriz voltou a lamentar o caso e se mostrou indignada. "A vergonha e a tristeza que sinto hoje são por essas pessoas pequenas, pobres de espírito e de coração vazio, que, em 2015, ainda insistem em reproduzir pensamentos há muito ultrapassados e desde sempre absurdos. São covardes com mentes limitadas, incapazes de enxergar e aceitar que somos todos, com as nossas diferenças e peculiaridades, dignos do mesmo respeito. A essa minoria cega e burra, minha pena", finalizou.

Escolas pouco preparadas para lidar com o racismo

No início de novembro, Taís Araújo passou pela mesma situação. Na época, a mulher de Lázaro Ramos prestou queixa e a polícia pediu a quebra do sigilo de 70 perfis de usuários para identificar os culpado. Semanas depois, a artista esteve no programa "Altas Horas", de Serginho Groisman, e falou sobre o episódio de racismo que sofreu na infância.

"Um dia um menino perguntou quem pagava a minha escola, se era a patroa da minha mãe. Eu cheguei em casa muito revoltada. Peguei as joias da minha mãe, voltei, taquei na cara do garoto e falei: 'Olha quem paga!'", lembrou. "Minha mãe foi chamada na escola porque eu tinha tido uma atitude agressiva e a mãe do coleguinha sequer ficou sabendo."

MSN Notícias

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

PRA DIZER QUE FALEI DAS FLORES E DO LIVRO






Em épocas de crise financeira, ele sabia que não podia gastar seu pouco dinheiro com coisas supérfluas. Então, numa manhã quase cinza, depois de uma noite impossível de calor, ele saiu pelas ruas da cidade atrás de um livro e de flores. Não, ele não considerava essas coisas banais, porque sempre sentia fome do perfume e da beleza das flores, assim como a sua saúde dependia de uma boa leitura.

Depois de tanto caminhar sentindo o mormaço do dia, entrou numa loja de artigos religiosos. Era ali que ele encontraria o livro indicado por seu amigo na noite anterior, quando conversavam sobre o término do namoro de uma de suas amigas, ao passo que se queixam do calor. Realmente, estava muito quente. Assim que entrou, viu que vendiam imagens de Alguém invisível. Olhou para todos os cantos e notou que as pessoas ainda precisavam de artifícios para encontrar Alguém que se deixa ser encontrado.

Pegou o livro e o pagou. Enquanto contava o troco e o guardava em sua carteira, notara que a moça do caixa havia colocado o livro numa sacola plástica reciclada. Ele não ficou incomodado com o fato de ela ser de material reciclado, mas era um livro numa sacola plástica de supermercado sem propaganda, sem cor e nem brilho. Para ele o objeto estaria sendo banalizado, afinal de contas era um livro e estava numa sacolinha de supermercado. Logo depois, ele se conformou, pois lembrou que a crise havia abrangido a todos.

O calor continuava, a chuva que prometia vir não se predispunha e ele continuava sua caminhada. O medicamento já havia sido comprado e, naquele momento, pensava apenas como seria sua posologia, talvez em dose única. Ele sempre lembrava que era uma época de crise e que só poderia comprar comida e medicamentos, caso necessitasse. Durante o trajeto até o comércio de flores, ele via os transeuntes, mas eles não o viam. Ele os via.

O sinal parava, eles atravessavam. O destino os esperava, assim como o dele. De repente, ele vê um homem que tinha aparência de ter trinta e cinco anos segurando a mão de um garoto de aproximadamente sete anos. Conjeturou ser pai e filho, pois estavam sintonizados: riam, falavam próximo ao ouvido e estavam de mãos como cadeados.

De súbito, ele se viu naquele contexto e, numa conta rápida feita na mente, viu que aquele homem teria se tornado pai aos vinte e oito anos. Ele já tinha trinta e ainda morava só. Sua visão os acompanhou até o horizonte... Sumiram como um navio desaparece no mar.

O mundo havia parado. Talvez ali, naquela hora, ele se tornara autista. Entretanto, para o seu dessabor, algum filho do capitalismo que passava ao seu lado derrubou a sacola dele e, mais uma vez, viu que o seu livro estava numa sacola plástica sem propaganda e sem brilho e que havia comprado o livro numa loja onde vendia imagens de Alguém invisível.

Se fosse para o meu filho – pensou – teria que estar num embrulho para presente. Jamais daria algo especial numa sacolinha plástica de supermercado. Recolheu-o do chão e desceu a ladeira que daria acesso à rua das flores.

 Ele andou por uma, duas, três lojas e as pessoas, entre funcionários e proprietários, não se dispuseram de atenção. Acho que é porque estou com um livro dentro de uma sacolinha de plástico sem propaganda – pensou. No entanto, na quarta loja, uma senhora simpática veio atendê-lo. Ele observava tudo e, por uma questão de segundos, entrara num mundo seu. Não ouvia mais nada, apenas dava vazão à imaginação.

Aquelas cores, aquele perfume, a sensação de estar sendo molhado por gotículas de chuva o transportaram para um lugar bucólico onde os poetas árcades declamavam as suas poesias e bebericavam seus vinhos. Mas um simples toque da bondosa senhora fez todos aqueles pensamentos sumirem como um relâmpago.

- O senhor deseja algum presente?

- Não necessariamente.     

Que espécie ele levaria? – refletia constantemente. Lírios? Talvez sim, porque eles exalam um perfume singular e deixariam a sua casa toda perfumada. Todavia, ao perguntar o preço de cada galho, viu que a recessão não permitiria vê-los desabrocharem sobre a mesa de sua sala.

Ao desviar o olhar rapidamente para o seu lado esquerdo, ele viu algo exótico e com o preço que podia pagar. Era uma muda de celosia. Ele concordou que o nome era estranho, parecia um tipo de doença, mas não importava uma vez que o mundo estava estranho e ele já havia se acostumado.

A nomeação da flor não importava naquele momento. Ela possuía um caule delgado e avermelhado, suas folhas oscilavam entre verdes e avermelhadas e as flores... Ah as flores... possuíam muitos filamentos que configuravam uma espécie de pinheirinhos de natal já enfeitados, pois eram vermelhos e estavam num vaso de plástico preto. Contudo uma coisa o deixou triste e o fez, por um instante, desistir de levá-las para casa: elas não exalavam perfume como os lírios.

Não importava. Ela era exótica e ficaria muito bem sobre a sua mesa de mármore luzidio. Saíram da venda ele, o livro dentro da sacola de supermercado e as flores. 

Emerson Souza 

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

MÚSICA E DANÇA NO ENCERRAMENTO DO FESTIVAL FEIRA NOISE





A etapa final do Festival Feira Noise 2015 será realizada neste final de semana com quase 30 shows musicais e mais de 20 apresentações de dança, além de outras atrações que vão ocupar o Centro de Cultura Amélio Amorim, em Feira de Santana.

Realizada pelo Feira Coletivo Cultural, a sexta edição do maior festival de artes integradas da Bahia foi iniciada no dia 7 de novembro com oficinas de formação, mesas de debates e o Beco Noise, ação promovida no Beco da Energia, no centro da cidade.

Nesta sexta-feira (27), a partir das 18 horas, estão previstas as apresentações de Roça Sound, Sincronia Primordial, Pastel de Miolos, Inventura, Marcela Bellas, Retrofoguetes, Clube de Patifes e Maglore.

No sábado (28), as atividades serão abertas às 14 horas. Sobem ao palco Rock Navelha, Dionorina, Declinium, Marcionílio Prado, Novelta, Plástico Lunar, IFÁ Afrobeat, Tássia Reis, Cascadura, Vivendo do Ócio e Project 46, além das apresentações de dança que serão realizadas no espaço Dança Noise.

No domingo (29), pra fechar o evento, os shows também começam cedo, logo às 14 horas. As atrações são Expedição Gatos Atômicos, Tabuleiro Musiquim, Calafrio, Clara Valente, Far From Alaska, Rapadura, Vespas Mandarinas e Supercombo e ainda o espaço Dança Noise com diversas performances.

O Feira Noise ainda oferece ao público o Espaço Artístico Márcio Punk, onde haverá oficina de pulverografia, aplicação de piercing e tatuagem permanente e removível com Márcio Punk e Isis Fire Tatoo. Também vai ter a Feira Camelô 2.0, a banquinha do Feira Coletivo com produtos de vários artistas independentes e o espaço gourmet.

Com  informações de Elsimar Pondé

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

DA PUBLICIDADE PARA AS ARTES PLÁSTICAS



Luci Barbosa: Popularizar a arte preservando a qualidade 


Fundação Carlo Barbosa: Homenagem a um dos maiores artistas plásticos de Feira


Projeto Memórias de Pintores Feirenses: Valorização dos artistas da terra


Durante muito tempo o nome de Luci Barbosa figurou entre os principais contatos publicitários de Feira de Santana, representando revistas e jornais impressos – afinal órgãos de comunicação online é coisa recente. Nem ela própria lembra quantos anos andou pela cidade e por praticamente toda a Bahia em busca de anúncios, até que surgiu o projeto da Fundação Cultural Carlo Barbosa, uma homenagem a seu irmão.

Aliás, somente ela não enveredou pelas artes plásticas. Leonice, laurice e Conceição, as irmãs, todas têm grandes trabalhos nesse segmento artístico, e os irmãos Ciro e Jorge também estão bem próximos, na área de desenho. “Eu não tinha outro caminho a seguir”, diz a experiente Luci, que aos 67 anos parece ter parado no tempo e se mantém jovial, graças ao alto astral que mantém, mesmo diante de todos os obstáculos.

As longas caminhadas dos tempos das revistas Panorama e Bahia Viva e dos jornais Feira Hoje e Folha do Estado não foram em vão. Serviram não apenas para vender anúncios, mas para manter uma boa relação com a imprensa e produtores culturais, bem como com todos os segmentos da sociedade civil. Isso pode não render os lucros da publicidade, mas facilita, e muito, seus contatos para divulgar o trabalho da Fundação.

Durante muito tempo Luci dividiu a vida e a casa com a mãe, Dona Judite, e a filha Luciana. A primeira faleceu há alguns anos e a segunda casou. E ela ficou sozinha, tendo como companhia a obra grandiosa de Carlo Barbosa, da qual cuida com o maior carinho. Como presidente da FCB, tem uma diretoria devidamente empossada. Mas o grosso do trabalho fica mesmo com ela, na maioria do tempo.

Mas quem pensa que ela reclama, está totalmente enganado. “Faço o que posso”, diz, com humildade. Mesmo diante de um projeto como Memórias dos Pintores Feirenses, que se tornou referência de qualidade e beleza. Graças a ele, o projeto, foram produzidas e distribuídas gratuitamente telas de pintores como o próprio Carlo Barbosa, Gil Mário, Leonice Barbosa, Pedro Roberto, César Romero, Juraci Dórea e Marcus Morais.

“Nossa próxima edição será novamente com Carlinhos”, anuncia Luci Barbosa, garantindo que serão trabalhadas obras inéditas do artista. Esse trabalho, em seu entendimento, é uma forma de levar a arte a um maior número de pessoas, democratizando o acesso aos bens culturais. Ou seja, popularizar a obra do artista plástico, sem perder a qualidade. E a proposta tem dado certo.

Madalena de Jesus

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

PAULO GONDIM ABRE SALA DE CONCERTO NO CUCA




O consagrado pianista Paulo Gondim se apresenta na próxima segunda-feira (23), às 20h, no Teatro do Cuca.  Músico, compositor, maestro arranjador e pianista, Gondim é o convidado especial da primeira edição do projeto Sala de Concerto Lídia Azevedo. Antes do recital de piano “Trajetórias Sonoras”, acontece a abertura da Sala de Concerto, com a apresentação do Duo de Violino e Piano e do Quarteto de Violão PorQu4tro, formados por estudantes da Escola de Música da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS).

Criado pelo cantor e compositor feirense Dionorina, o projeto visa contribuir para preencher um espaço em Feira de Santana no acolhimento e projeção da música erudita. O evento foi contemplado pelo projeto Pró-Cultura/Esporte, da Prefeitura de Feira de Santana, com realização do Cuca/UEFS, Digê Assessoria e Produção Cultural, além do Capes, Pibid UEFS, Licenciatura em Música e Pibid Música UEFS.

Como parte da programação, na terça-feira (24), às 9h, acontece mesa redonda sob o tema “Panorama do Ensino de Arte na Educação Básica”. Às 13h30, haverá o lançamento do livro “Interfaces entre Musicoterapia e Bioética”, de Ms. José Davison Júnior – IFPE/UFBA. No encerramento, às 15h30, Paulo Gondim coordena o workshop “Harmonia Prática”. As atividades acontecem no Auditório 5 – Módulo 7 da UEFS.

Francisco de Paula Gondim, natural de Fortaleza (CE), atuou como professor na Escola de Música da Universidade Federal da Bahia, onde participou do Madrigal da UFBA e da Orquestra Sinfônica da Bahia. Atualmente, é professor do Instituto de Música da Universidade Católica do Salvador.

Seu portfólio inclui as seguintes obras: “Estudo nº 1”, “Fim de tarde em Amargosa”, “Improviso na sala três”, “Lacerdeska, “Noturno” e “Romance”. A discografia reúne o CD “Family album - Brazilian pianist - In concert (Woodstock, NY, USA), e os LPs A música de Almiro Adeodato de Oliveira - ao vivo” e “Paulo Gondim - O pianista - Homenagem à Dona Maria de Lourdes Gondim - minha mãe”.

domingo, 15 de novembro de 2015

OLHEMOS, OBSERVEMOS, CONTEMPLEMOS




Olhemos. 
Observemos. 
Contemplemos. 
Invoquemos. 
Oremos. 
Rezemos. 
Peçamos. 
Imploremos. 
E quem sabe os céus respondam do etéreo, do vácuo, do eco dos deuses absolutos,  o que foi feito do amor no seio de  nossa humanidade. Ecoam ...

SGdeAlmeida

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

PROFESSORA COM SÍNDROME DE DOWN É PREMIADA



A professora potiguar Débora Seabra, 33 anos, primeira educadora com síndrome de Down do país, recebeu no final de outubro o Prêmio Darcy Ribeiro de Educação 2015, em Brasília. Ela foi considerada exemplo no desenvolvimento de ações educativas no Brasil. O prêmio é promovido pela Comissão de Educação da Câmara dos Deputados e acontece anualmente.

Débora é formada em Magistério em nível médio na Escola Estadual Professor Luís Antônio, em Natal (RN), com estágio na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). Trabalha há dez anos como professora e hoje atua na Escola Doméstica, um colégio particular da sua cidade.

A professora roda o Brasil e já foi em outros países, como Argentina e Portugal, para falar sobre o combate ao preconceito na sala de aula.  Em 2013, ela lançou o seu primeiro livro, chamado “Débora conta histórias”, recheado de fábulas infantis.

(Catraca Livre)

terça-feira, 3 de novembro de 2015

MAS EU LHE DISSE...




“Mas eu lhe disse...” A frase inacabada deixa margem a múltiplas interpretações. Eu acho que foi exatamente essa a intenção de Cristóvam Aguiar ao usá-la para denominar seu mais novo livro. O lançamento da publicação, que traz uma seleção de artigos com temática variada, publicados entre os anos de 2011 e 2014, será no próximo domingo, dia 8, a partir das 11h. O local não poderia ser outro: Boteco do Vital, no bairro Kalilândia.

O evento terá a participação de artistas feirenses, muita música, literatura de cordel, recital de poemas e contação de casos. “Tudo muito, muito nordestino como Cristóvam”, diria a também jornalista e minha amiga Maura Sérgia, com o aval do médico, compositor, poeta, escritor, membro da Academia Feirense de Letras Outran Borges, que assina o prefácio do livro, que o mesmo define como “o reflexo vivo de épocas e vivências, traduzidas através da observação crítica do jornalista”.

Sobre o autor, Outran Borges diz: “O estilo reto, conciso, às vezes aparentemente áspero, quase agressivo, mas tendo como sustentáculo os pilares sólidos, quase inabaláveis, de uma coragem jornalística preponderante. Seus leitores, e me incluo entre eles, já conhecem essa forma corajosa, e às vezes até intempestiva de relatar e opinar sobre fatos e situações; mas sempre numa clareza literária facilmente perceptível. Quanto aos fatos, e a forma como são colocados, fazem parte desse estilo, o que lhes confere um valor “quase” histórico, e, talvez por isso mesmo, necessário”.

E se Outran Borges disse, está dito. Falta dizer somente que o dinheiro arrecadado com a venda do livro será destinado ao Lar do irmão Velho, sem dúvida “uma das mais nobres instituições de caridade da nossa cidade”, como atesta Maura Sérgia em seu texto de divulgação do lançamento. O que é uma grande verdade.

Madalena de Jesus (inspirada em Maura Sérgia)

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

CRÔNICA DOS BURROS

Esta postagem é dedicada a meu amigo Antônio Garcia, jornalista e amante da literatura, como eu. Depois de um almoço regado a romances, contos e crônicas de escritores portugueses, franceses e brasileiros, nada melhor do que algumas bem traçadas linhas machadianas.



Não tendo assistido à inauguração dos bonds elétricos, deixei de falar neles. Nem sequer entrei em algum, mais tarde, para receber as impressões da nova tração e contá-las. Daí o meu silêncio da outra semana. Anteontem, porém, indo pela Praia da Lapa, em um bond comum, encontrei um dos elétricos, que descia. Era o primeiro que estes meus olhos viam andar.

Para não mentir, direi que o que me impressionou, antes da eletricidade, foi o gesto do cocheiro. Os olhos do homem passavam por cima da gente que ia no meu bond, com um grande ar de superioridade. Posto não fosse feio, não eram as prendas físicas que lhe davam aquele aspecto. Sentia-se nele a convicção de que inventara, não só o bond elétrico, mas a própria eletricidade. Não é meu ofício censurar essas meias glórias, ou glórias de empréstimo, como lhe queiram chamar espíritos vadios. As glórias de empréstimo, se não valem tanto como as de plena propriedade, merecem sempre algumas mostras de simpatia. Para que arrancar um homem a essa agradável sensação? Que tenho para lhe dar em troca?

Em seguida, admirei a marcha serena do bond, deslizando como os barcos dos poetas, ao sopro da brisa invisível e amiga. Mas, como íamos em sentido contrário, não tardou que nos perdêssemos de vista, dobrando ele para o Largo da Lapa e Rua do Passeio, e entrando eu na Rua do Catete. Nem por isso o perdi de memória. A gente do meu bond ia saindo aqui e ali, outra gente entrava adiante e eu pensava no bond elétrico. Assim fomos seguindo; até que, perto do fim da linha e já noite, éramos só três pessoas, o condutor, o cocheiro e eu. Os dois cochilavam, eu pensava.
 
De repente ouvi vozes estranhas, pareceu-me que eram os burros que conversavam, inclinei-me (ia no banco da frente); eram eles mesmos. Como eu conheço um pouco a língua dos Houyhnhnms, pelo que dela conta o famoso Gulliver, não me foi difícil apanhar o diálogo. Bem sei que cavalo não é burro; mas reconheci que a língua era a mesma. O burro fala menos, decerto; é talvez o transita daquela grande divisão animal, mas fala. Fiquei inclinado e escutei: — Tens e não tens razão, respondia o da direita ao da esquerda.

O da esquerda: — Desde que a tração elétrica se estenda a todos os bonds, estamos livres, parece claro.
 
— Claro parece; mas entre parecer e ser, a diferença é grande. Tu não conheces a história da nossa espécie, colega; ignoras a vida dos burros desde o começo do mundo. Tu nem refletes que, tendo o salvador dos homens nascido entre nós, honrando a nossa humildade com a sua, nem no dia de Natal escapamos da pancadaria cristã. Quem nos poupa no dia, vinga-se no dia seguinte.
 
— Que tem isso com a liberdade?
 
— Vejo, redarguiu melancolicamente o burro da direita, vejo que há muito de homem nessa cabeça.
 
— Como assim? bradou o burro da esquerda estacando o passo.
O cocheiro, entre dois cochilas, juntou as rédeas e golpeou a parelha.
 
— Sentiste o golpe? perguntou o animal da direita. Fica sabendo que, quando os bonds entraram nesta cidade, vieram com a regra de se não empregar chicote. Espanto universal dos cocheiros: onde é que se viu burro andar sem chicote? Todos os burros desse tempo entoaram cânticos de alegria e abençoaram a ideia dos trilhos, sobre os quais os carros deslizariam naturalmente. Não conheciam o homem.
 
— Sim, o homem imaginou um chicote, juntando as duas pontas das rédeas. Sei também que, em certos casos, usa um galho de árvore ou uma vara de marmeleiro.
 
— Justamente. Aqui acho razão ao homem. Burro magro não tem força; mas, levando pancada, puxa. Sabes o que a diretoria mandou dizer ao antigo gerente Shannon? Mandou isto: “Engorde os burros, dê-lhes de comer, muito capim, muito feno, traga-os fartos, para que eles se afeiçoem ao serviço; oportunamente mudaremos de política, all right!”
 
— Disso não me queixo eu. Sou de poucos comeres; e quando menos trabalho, quando estou repleto. Mas que tem capim com a nossa liberdade, depois do bond elétrico?
 
— O bond elétrico apenas nos fará mudar de senhor.
 
— De que modo?
 
— Nós somos bens da companhia. Quando tudo andar por arames, não somos já precisos, vendem-nos. Passamos naturalmente às carroças.
 
— Pela burra de Balaão! exclamou o burro da esquerda. Nenhuma aposentadoria? nenhum prêmio? nenhum sinal de gratificação? Oh! mas onde está a justiça deste mundo?
 
— Passaremos às carroças — continuou o outro pacificamente —onde a nossa vida será um pouco melhor; não que nos falte pancada, mas o dono de um só burro sabe mais o que ele lhe custou. Um dia, a velhice, a lazeira, qualquer cousa que nos torne incapaz restituir-nos-á a liberdade…
 
— Enfim!
 
— Ficaremos soltos, na rua, por pouco tempo, arrancando alguma erva que aí deixem crescer para recreio da vista. Mas que valem duas dentadas de erva, que nem sempre é viçosa? Enfraqueceremos; a idade ou a lazeira ir-nos-á matando, até que, para usar esta metáfora humana — esticaremos a canela. Então teremos a liberdade de apodrecer. Ao fim de três, a vizinhança começa a notar que o burro cheira mal; conversação e queixumes. No quarto dia, um vizinho, mais atrevido, corre aos jornais, conta o fato e pede uma reclamação. No quinto dia sai a reclamação impressa. No sexto dia, aparece um agente, verifica a exatidão da notícia; no sétimo, chega uma carroça, puxada por outro burro, e leva o cadáver.
Seguiu-se uma pausa.
 
— Tu és lúgubre, disse o burro da esquerda. Não conheces a língua da esperança.
 
— Pode ser, meu colega; mas a esperança é própria das espécies fracas, como o homem e o gafanhoto; o burro distingue-se pela fortaleza sem par. A nossa raça é essencialmente filosófica. Ao homem, que anda sobre dois pés, e provavelmente à águia, que voa alto, cabe a ciência da astronomia. Nós nunca seremos astrônomos. Mas a filosofia é nossa. Todas as tentativas humanas a este respeito são perfeitas quimeras. 

Cada século…
 
O freio cortou a frase ao burro, porque o cocheiro encurtou as rédeas, e travou o carro. Tínhamos chegado ao ponto terminal. Desci e fui mirar os dois interlocutores. Não podia crer que fossem eles mesmos. Entretanto, o cocheiro e o condutor cuidaram de desatrelar a parelha para levá-la ao outro lado do carro; aproveitei a ocasião e murmurei baixinho, entre os dois burros:
 
— Houyhnhnnms!
 
Foi um choque elétrico. Ambos deram um estremeção, levantaram as patas e perguntaram-me cheios de entusiasmo:
 
— Que homem és tu, que sabes a nossa língua?

Mas o cocheiro, dando-lhes de rijo na lambada, bradou para mim, que lhe não espantasse os animais. Parece que a lambada devera ser em mim, se era eu que espantava os animais; mas como dizia o burro da esquerda, ainda agora:

— Onde está a justiça deste mundo?

Machado de Assis
[A Semana, 16 de outubro de 1892]

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

TIA NITA, A ETERNA RAINHA DA FEIJOADA


Durante 31 anos ela varou madrugadas a fio, à espera dos fregueses que chegavam das festas de todas as partes da cidade, para saborear a mais famosa feijoada de todos os tempos, feita ali mesmo, entre frutas e verduras. Anita Alexandrino de Jesus, hoje com 75 anos de idade, continua lá, no Centro de Abastecimento. E dos bons tempos, restam somente as lembranças das noitadas festivas.

Não tem mais a tradicional feijoada, mas o restaurante/lanchonete continua funcionando, mas apenas durante o dia. “À noite aqui ficou muito perigoso, ninguém tem coragem de ficar”, diz Tia Nita, que já não tem mais o vigor de décadas atrás. “Mas se o freguês quiser, eu faço” afirma, retomando o ar de autoridade naquilo que mais sabe fazer: trabalhar com comida.

A barraca já frequentada por artistas como Paulinho Boca de Cantor e integrantes da Banda Chiclete com Banana, e políticos como José Falcão – Foi ele quem me colocou aqui – lembra, com entusiasmo, Colbert Martins (o pai) e mais recentemente Zé Neto, não tem mais os mesmos atrativos. Aliás, a falta deles é que faziam da mesma um lugar especial para os frequentadores. Mas Tia Nita não fala isso com tristeza. 

Ao lado dos filhos Jurandir, 60 anos, e a filha Isonete, 34, que a acompanham desde o início, ela só demonstra descontentamento com a falta de cuidado com o Centro. “Estou abandonada”, resume. Atualmente, o funcionamento de sua barraca é de segunda-feira a sábado, das 5h às 16h. “Mas às vezes abrimos mais tarde”, admite Tia Nita, que em alguns momentos fraqueja, sim, mas nem pensa em se aposentar.

Natural da cidade de Ruy Barbosa a dona da feijoada mais saboreada por muitos anos chegou a Feira de Santana aos 10 anos de idade e ainda hoje mora no bairro jardim Acácia. Mesmo ainda tendo muita disposição para o trabalho – ela mostra as panelas cheias, não de feijão, mas de outros tipos de comida – tem plena consciência de que a crise veio para ficar. E nem as folhas de arruda penduradas na parede darão jeito.

Madalena de Jesus

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

O SOBRENOME DELE É SHOW



Silvério Silva: No ar há 50 anos, com a mesma sintonia

É isso mesmo. O nome do programa que o consagrou no rádio feirense era exatamente assim: Silvério Silva Show. E só poderia ser mesmo, para manter um homem de 74 anos de idade com todo o viço da mocidade e ainda fazendo sucesso pelas ondas sonoras do rádio, exatamente como há 50 anos. Tudo isso começou em 1968. Como não tirar o chapéu para a maior referência dos radialistas de Feira de Santana e da imprensa de modo geral?

Se promovendo as extrovertidas corridas de jegues, que atraíam multidões pelo inusitado da promoção e também pelos nomes criativos dos animais, lá pelos ídolos de 1973, ou cantando a hilária “Pancada certa no pé do umbigo” ele não conseguiu ir muito longe, pelo menos foram situações que serviram para estimular ainda mais a carreira de radialista. Não ficou rico durante todo esse tempo e agora... Bom não dá mais tempo.

Há muito tempo Silvério deixou de ser único, pois o herdeiro é Silvério Segundo, também radialista. Talvez por influência paterna. Será? O pai sorri diante da brincadeira, aliás, um sorriso que é sua marca registrada, sem comprometer a seriedade. Tudo na medida certa e com verdade. O apresentador do quadro “Pra quem você tira o chapéu” nunca escondeu que se inspirou na ideia de José Messias, que se tornou sucesso com Ayrton e Lolita Rodrigues.

E se era sucesso na televisão, virou sucesso no rádio. Apresentado aos domingos, pela Rádio Subaé AM, ainda hoje é temido por muitos, especialmente políticos, as maiores vítimas dos convidados. Já passaram pelo programa artistas de todos os segmentos musicais, a exemplo de Diana e Daniel; políticos como Roberto Freire, senador pernambucano; Antônio Imbassahy; deputados, prefeitos. Fora do quadro já entrevistou grandes personalidades e artistas, como Roberto Carlos, Jerry Adriane, Agnaldo Tímóteo.

Se o quadro é político? “Claro, totalmente”, admite o apresentador, que hoje só faz o programa aos domingos, depois de uma pesquisa que indicou a audiência desse dia maior do que a da semana inteira. A maior polêmica que ele lembra foi a que envolveu o professor Josué Mello, então candidato a vice de José Ronaldo. Ele tirou o chapéu para Colbert Martins e Valdir Pires e perdeu a vaga. O fato abalou a cidade e no dia seguinte a fita já estava em Salvador. Foi em 2000 e por conta disso Josué foi substituído por Antônio Carlos Borges Júnior.

Nada disso envaidece Silvério Silva. Nem os elogios sobre a jovialidade da pele e a sugestão, em tom de brincadeira, sobre uma possível intervenção. “Eu sou mulher pra colocar botox?”, diz, garantindo que não tem vaidade. O que é negado pelo modo elegante de se vestir, de falar e tratar as pessoas. Um homem muito distinto, isso é o que ele é. No rádio e na vida. Um show de profissional.

Madalena de Jesus

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

E ENTÃO, VAMOS AO TEATRO?




Foi lançado sexta-feira (25), no Centro Universitário de Cultura e Arte (CUCA), o livro "O teatro em Feira de Santana", do jornalista Geraldo Lima. E eu, com muito orgulho, assino a apresentação da obra, que resgata momentos marcantes da história cultural da cidade. O meu texto, como o próprio texto sugere, é apenas um preâmbulo.



O texto de abertura desta deliciosa obra, por si só, já vale a publicação de “O Teatro em Feira de Santana”, que acaba sendo também um pouco da vida da cidade, vista pelos olhos talentosos, criativos e, sobretudo, ousados daqueles que ao longo do tempo mantiveram acesa a chama dessa emoção compartilhada a cada encenação, entre quem está no palco e quem está na plateia. Percorremos caminhos trilhados outrora e ainda hoje, por meio dos recortes de momentos dessa manifestação cultural de forma intensa e citações de nomes que desafiaram a suposta aridez cultural do povo feirense e, literalmente, fizeram história.

O que Geraldo Lima propõe, com uma escrita firme e posições idem, é ver claramente o entusiasmo que emanava daqueles que se aventuravam no mundo mágico – e muitas vezes perigoso – do teatro. Perigoso, sim, porque a arte era uma “arma” poderosa contra as injustiças sociais, os desmandos políticos e até as mazelas da ditadura. Mas sem perder a sutileza das mensagens e a beleza da estética. Porque o teatro sempre foi, é e continuará sendo, para todo o sempre e em qualquer lugar, a mais pura manifestação artística e cultural.

Ao viajar pelas bem traçadas linhas do escritor, jornalista e homem de teatro, sem qualquer sentimento prévio de avaliação crítico-literária, até pela falta de competência para tanto, não nos é dado o direito de duvidar da importância desse segmento para formação da identidade cultural do feirense e de tantos quantos habitam a terra de Senhora Santana, vindos de qualquer lugar. O teatro, na visão do autor e certamente de todos que construíram essa vivência coletiva, é vida. Simples assim. Provavavelmente muito mais simples do que subir ao palco, com aquele frio na barriga experimentado a cada espetáculo.

Um aprendizado fundamental: o teatro não tem idade, bandeira partidária, preferência de cor ou credo, porque a sua linguagem é universal, a emoção. E é exatamente isso que o torna único, eterno – por que não? – e indispensável à formação para o pleno exercício da cidadania. Afinal, o teatro já existia mesmo antes do Brasil ser descoberto e chegou por aqui lá pelos idos de 1530. Isso mesmo, está lá, nos arquivos cuidadosamente recortados que compõem este livro. Para se ter uma ideia, já em 1800 era experimentado um significativo progresso das artes cênicas brasileiras.

Dados mostrados por meio de reportagens jornalísticas, entrevistas, artigos e poemas, escolhidos com inegável esmero, remetem não somente às manifestações culturais, como também a situações políticas e sociais vividas pela população feirense, como a visita de Ruy Barbosa à cidade, as inundações e a interdição do Teatro Margarida Ribeiro, os grandes espetáculos vistos nos palcos locais, a luta dos artistas por um teatro “de verdade” para dar visibilidade a seus projetos...

Ao descortinar tão importantes informações, sugestivamente divididas em atos (e não em capítulos), a maioria até restrita aos profisisonais diretamente ligados ao teatro, Geraldo Lima foi bem além da sua capacidade como ator/diretor. Ele foi essencialmente jornalista e amante de uma arte que atravessa os tempos com a mesma elegância, o mesmo dom de atrair pessoas de todas as matizes para um só lugar.  E, como ele bem diz, teatro deveria ser matéria obrigatória no currículo escolar. Mas enquanto essa ideia não se concretiza, vai aqui um convite para uma leitura mais que especial.

E então, vamos ao teatro?


Madalena de Jesus
Jornalista e Professora

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

PORQUE É PRIMAVERA!



Quando o inverno chegar
Eu quero estar junto a ti
Pode o outono voltar
Eu quero estar junto a ti

Porque (é primavera)
Te amo (é primavera)
Te amo, meu amor

Trago esta rosa (para te dar)
Trago esta rosa (para te dar)
Trago esta rosa (para te dar)

Meu amor
Hoje o céu está tão lindo (vai chuva)
Hoje o céu está tão lindo (vai chuva)

Hoje o céu está tão lindo (vai chuva)
Hoje o céu está tão lindo (vai chuva)

Tim Maia

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

ANTIPETISMO É UMA DROGA E, COMO TAL, O "BARATO" QUE DÁ É FUGAZ





Excetuando-se aproveitadores e oportunistas como os artistas decadentes aos quais o antipetismo em moda proporcionou chance de reaparecer, essa maioria tonitruante que se formou contra o PT e seus próceres decorre da ingestão de uma droga – ideológica, mas, ainda assim, uma droga como qualquer outra.

Sob os efeitos devastadores do antipetismo, o sujeito mostra a bunda, a moçoila mostra os peitos, alguns têm acessos de raiva, outros de euforia e outros tantos caem em prostração. E muitos cometem atos dos quais não há volta…

A ideologia, levada ao paroxismo, leva o indivíduo a desatinos como o de sair à rua quebrando tudo ou simplesmente dizendo coisas que jamais diria em estado normal, bloqueando seu estado de consciência e sua racionalidade a um ponto em que fica impossível argumentar consigo logicamente.

E, como toda droga, o antipetismo é distribuído por traficantes ideológicos que fizeram fortuna aliciando as vítimas potencialmente mais indefesas, os jovens.

A droga ideológica também se assemelha a drogas químicas como cocaína, crack ou álcool no sentido de que, para produzir seus efeitos devastadores, requer doses cada vez maiores, daí excessos como os do advogado intoxicado que, enquanto sua batata estava assando na Justiça, mergulhou em uma escalada de ameaças criminosas que deve lhe render uma ressaca daquelas…

Como as drogas químicas, porém, a droga ideológica afeta as pessoas a um ponto que, ao ser atingido, a desintoxicação acaba se impondo.

A desintoxicação, portanto, virá. Claro que quando as vítimas do porre ideológico se recobrarem, como todo aquele que abusa das drogas essas pessoas poderão ter destruído as próprias vidas. O bêbado sai dirigindo por aí e mata ou se mata – ou ambos. Pode estuprar, roubar, cometer qualquer desatino, mas, em algum momento, recobrará a consciência e se dará conta do que fez.

A ressaca desse porre ideológico virá quando os usuários do antipetismo se derem conta de que tomaram uma overdose que lhes causou a alucinação de que problemas econômicos que o mundo inteiro atravessa serão resolvidos com a defenestração do grupo político que ocupa o poder.

Ao longo dos últimos 12 anos – período que viu uma geração de embriagados com antipetismo se tornar adulta –, a sociedade se acostumou a cada ano ganhar salários maiores e encontrar mais oferta de empregos. Intoxicadas, as pessoas acham que para recobrar o que sentem que lhes foi tirado bastará romper a normalidade democrática derrubando o governo.

A ressaca vai ser brava. Muitos descobrirão que, durante os efeitos do antipetismo, jogaram fora seus empregos, tocaram fogo em suas casas, enfim, cometeram os atos que cometem os que se intoxicam com substâncias perigosas – no caso, uma ideia.

O acesso de raiva provocado pela droga, então, mudará de foco.
Em franco processo de desintoxicação social, haverá uma revolta dos usuários de antipetismo contra os traficantes.

Mas como o antipetismo é uma droga legal como o álcool e, assim, tem propaganda na televisão, no rádio, nos jornais, nas revistas semanais, além de belas embalagens e uma imensa rede de distribuição – além de custar caro –, não será possível proibi-lo.

Porém, o antipetismo será visto como o álcool e o cigarro. Seus usuários irrecuperáveis se tornarão párias sociais. Será proibido em ambientes sadios, mas restritos. Continuará sendo usado nas ruas, em privado, mas a publicidade acabará se inviabilizando.

O tratamento do antipetismo crônico, porém, não será apologia ao PT ou a qualquer grupo político ou ideológico; consistirá em mostrar às pessoas que não se pode responsabilizar grupos políticos ou ideológicos por tudo de bom ou tudo de mau.

O preço do uso indiscriminado dessa droga será alto, mas, como todo desatino que sociedades cometem, deixará lições que, infelizmente, como em outros momentos de embriaguez coletiva poderão ser esquecidas pelas gerações futuras se os que permaneceram sóbrios não tomarem cuidado ao tratar os viciados.


Eduardo Guimarães

domingo, 6 de setembro de 2015

PORQUE SOMOS UMA GRANDE FAMÍLIA






As minhas manifestações sobre os encontros de um grupo de jornalistas, e “achegados”, como diria Barretinho – sem ele não tem a menor graça – que acontecem desde janeiro de 2013, nunca passaram de algumas fotos postadas no facebook e comentários em outras páginas da rede. Porém hoje, inexplicavelmente, senti uma vontade incontida de falar/escrever sobre a experiência, que causa estranheza em uns, inveja em outros e puro prazer em nós.

Nesse período, estreitamos os laços de amizade, nos tornamos confidentes sobre a labuta diária de fazer jornalismo, compartilhamos ideias, nos divertimos e, sobretudo, nos mantivemos juntos. Nem sempre é possível reunir todos aqueles que, no final de 2012, decidiram que a partir de então teríamos o compromisso de nos encontrar uma vez por mês. Mas a maioria sempre está lá. E é muito bom! De verdade.

Às vezes na casa de um de nós – dezembro é sempre na minha, claro, por causa do caruru de Santa Bárbara, dia 4 – outras em um restaurante ou barzinho da cidade. Meio dia ou à noite. Sábado ou domingo e às vezes sexta-feira, por que não? Comemorar aniversário passou a fazer parte de nossa agenda e, com ou sem bolo, a festa é certa. Não é mesmo Dani? Enfim, há sempre uma boa razão para celebrar e não desperdiçamos nenhuma oportunidade.

E assim fomos construindo uma rede de relacionamento saudável e duradoura. As redes sociais são nossas aliadas para marcar datas, definir local, horário e demais providências necessárias para que tudo dê certo – no final sempre dá. Beth se orgulha de nunca ter faltado; Ivana nem se dá ao trabalho de confirmar a presença, mas dificilmente não vai; Kenna geralmente é a mais esperada; Orisa vai, nem que seja por alguns minutos; e Bernardo, apesar da ausência permanente, faz contato nem que seja para dizer que tem outro compromisso; E Lorena só falta quando não tem jeito mesmo!

Um detalhe curioso é que a família passou a fazer parte de nossa programação. Diego, Barnabé, Tito, Mila e por algum tempo minha filha Bárbara, agora mais envolvida com as tarefas da maternidade. Acho que é porque no fundo é isso que nós somos: Uma grande família onde todos se querem bem, se respeitam e fazem questão da companhia do outro. Um grupo onde ninguém é obrigado a nada, mas há quem resista até às viroses da moda para não perder o clima. Também, se não fosse assim, não teria sentido algum.  

A propósito, nosso próximo encontro será no dia 26.

Madalena de Jesus

sábado, 5 de setembro de 2015

DOMINGO DE CULTURA E ARTE NO BECO DA ENERGIA



Foto: Beto Souza


Foto: Jamil Souza


As ações artísticas no Beco da Energia prosseguem a todo vapor, e neste domingo (6) pelo menos quatro atividades serão promovidas paralelamente no local, que tem se consolidado como uma verdadeira galeria ao ar livre, completamente aberta aos interessados em conhecer e participar.

Esta nova etapa vai marcar a instalação da Biblioteca do Beco, espaço montado para oferecer livros das mais variadas áreas e temas, para quem visitar o ambiente em qualquer dia e hora.

Também haverá  apresentação da banda feirense “A Gaiola de Vidro”, exposição de telas do artista visual, músico e ator Márcio Punk, além da realização de uma oficina de turbantes. Os trabalhos serão abertos às 8h e prosseguirão até o começo da tarde.

A intervenção artística “O Beco é Nosso” foi iniciada em 5 de julho deste ano e tem ocorrido quinzenalmente, sempre aos domingos. Já participaram das atividades diversos artistas de Feira de Santana e região, de forma completamente voluntária.

Serviço

O que: Movimento “O Beco é Nosso”
Quem: A Gaiola de Vidro, instalação da Biblioteca do Beco, exposição de telas de Márcio Punk e oficina de turbantes
Onde: Beco da Energia, no centro comercial de Feira de Santana, entre as ruas Marechal Deodoro e Conselheiro Franco
Quando: Domingo, dia 6 de setembro de 2015, a partir das 9h
Quanto: Entrada franca

Colaboração Elsimar Pondé

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

PROFESSOR DA FTC CARLOS MAGNO LANÇA EBOOK DE POESIA






“Viva e ame. Como as borboletas, esparja luz, beleza, cores e coisas boas neste mundo árido de sensibilidade humana”. Os versos do poeta feirense Carlos Magno Vitor da Silva são um convite à leitura do ebook Olhos de Nuvens Claras, lançado em agosto, através do site www.amazon.com.br. Os poemas que compõem a obra têm como tema central o amor.

O ebook está disponível para todo o mundo desde o dia 19 do mês passado. “É uma obra romântica. Transpira amor”, define o autor, que confessa seu real objetivo: “Perfumar as flores e fazer borboletas dançarem ao som de Vivaldi”. As mais variadas formas de manifestação do amor são a matéria prima de Carlos Magno, seja pela mulher amada, por Deus ou pela humanidade.

Já no prefácio, que ele próprio assina, o poeta demonstra estar com “os olhos bem abertos” para perceber as nuances de seu amor, bem os fenômenos inerentes à existência humana, com plena consciência de seu papel no mundo: “O homem por trás dos óculos/ Não fugiu de sua sina. Esse é seu modo-de-estar-no-mundo. “E segue seu destino/ Tornando amena / Com suaves cantos / A dura existência.”

Carlos Magno Vitor da Silva é professor adjunto de Língua Portuguesa, Metodologia da Pesquisa e Filosofia, da Faculdade de Tecnologia e Ciências – FTC/FSA, bem como membro da Academia de Letras e Artes de Feira de Santana e da Academia de Cultura da Bahia.

Madalena de Jesus

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

MÚSICA INVADE O PLENÁRIO DA CÂMARA MUNICIPAL



Fim da sessão especial comemorativa dos 160 anos do congregacionalismo no Brasil. E de repente a Casa da Cidadania foi invadida pela música. Primeiro o cantor Firmino Filho emocionou os presentes entoando louvores como “A Grandeza de Deus”. Em seguida o plenário da Câmara Municipal de Feira de Santana virou palco para apresentação do Coral da Igreja Evangélica Congregacional. Dezenas de vozes diferentes unidas para dar glória a Deus, sob a condução do Pastor Carlos Roberto Gonçalves dos Santos. Foram apenas alguns minutos, mas quem permaneceu no local viveu um momento especial.

Madalena de Jesus

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

EU SOU ALEGRIA EM TEMPO INTEGRAL



Dentre os muitos desafios que já enfrentei na vida, um dos mais difíceis e, ao mesmo tempo, gratificante foi trabalhar produção de texto com uma turma formada quase 100% por índios - apenas uma aluna não era oriunda da aldeia em questão. Era início de 2008. Eu lecionava no curso de Letras da Faculdade Regional de Ribeira do Pombal (FARRP). Diante da dificuldade de interagir com a turma, já que ninguém  se manifestava de forma alguma, resolvi estimulá-los a falar de sua aldeia, o modo de vida, a cultura de seu povo e, claro, de si mesmos. Inútil. Foi aí que lembrei de uma atividade simples, na qual você se auto-define apenas por meio daquilo que gosta. A título de demonstração, fui ao quadro e fiz o meu perfil. O resultado foi surpreendente e ainda hoje tenho guardados os textos maravilhosos que eles produziram . Eis o que eu sou. 


Sou girassol, rosa vermelha, flores do campo
Sou café, bolo e cuscuz de milho
Frango de qualquer jeito, ovo também
Sou frigideira, de repolho ou de maturi
Sou caju, banana, abacaxi, mamão
Suco de frutas
Sou banana da terra, fruta pão, aimpim
Sou jornalismo e literatura
Sou Machado de Assis, Mário Quintana, Ariano Suassuna
Clarice Lispector, sou demais!
Sou poesia!
Sou Glória Pires, Tony Ramos, Marcos Caruso
Sou novela, final então...
Sou cinema, teatro, música e artes plásticas
Sou Gil, Caetano, Ivete, Carlinhos Brow, Roupa Nova,
Zé Ramalho, Fred Mercury
Sou Micareta, São João e Carnaval
Sou praia, mais do que fazenda
Vestido mais do que calça
Sandália mais do que sapato
Dia e noite, tanto faz
Sou vida
Sou alegria em tempo integral!

Madalena de Jesus

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

AMADORES VENCEM CONCURSO FEIRENSE DE FOTOGRAFIA




Os vencedores: Albery Pires França (Foto 1), 1º colocado; Luciana Cerqueira de Oliveira Queiroz (Foto 2), 2ª colocada; e Iana Souza Soares (Foto 3), 3ª colocada.


Uma exposição fotográfica aberta nesta quarta-feira (19), no Foyer do Museu Parque do Saber Dival da Silva Pitombo, marca a passagem do Dia Mundial da Fotografia em Feira de Santana. Estão expostas fotografias históricas de Antônio Magalhães, fundador do Sindicato dos Fotógrafos Profissionais de Feira de Santana (Sindfofs), e do extinto jornal "Feira Hoje" e de fotógrafos amadores que participaram do 15º Concurso Feirense de Fotografia promovido pela entidade.

Magalhães apresenta fotos históricas como o registro da vinda do ex-presidente Ernesto Geisel a Feira de Santana, do ex-governador Antônio Carlos Magalhães inaugurando módulos na Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), da extinta Ponte do Rio Branco e de diversos pontos históricos do município.

O  Concurso Feirense de Fotografia, promovido pelo Sindicato dos Fotógrafos de Feira de Santana, com tema livre, teve como vencedores Albery Pires França, 1º colocado; Luciana Cerqueira de Oliveira Queiroz, 2ª colocada; e Iana Souza Soares, 3ª colocada. Os três são fotógrafos amadores.

As placas de premiação deste ano, doadas pela Secretaria de Comunicação Social, homenageiam a cidade de Feira de Santana. Os trabalhos foram julgados por Valdomiro Silva, secretário de Comunicação Social, jornalista Dimas Oliveira e professor Thiago Oliver, coordenador do Curso de Comunicação da Unef.

Com informações do Blog Demais