terça-feira, 21 de julho de 2015

TUDO QUE EU TENHO DEVO A FEIRA DE SANTANA


Professor Doutor Humberto Oliveira

Era terça-feira, perto de meio dia. A pressa do caminhar foi freada de repente. Em meio a feirantes, usuários do transporte coletivo e transeuntes que passavam pela avenida Getúlio Vargas, ali perto da Receita Federal, um encontro inesperado e proveitoso. Sim, porque mesmo uma conversa de apenas alguns minutos com o professor Humberto Oliveira, é altamente enriquecedora.

Sempre que nos encontramos o primeiro assunto em pauta é literatura, claro. Brasileira ou Francesa. Aliás, foi nas aulas dele, durante o curso de Letras com Francês, na Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), que li os melhores textos literários da literatura francesa. Humberto é um desses professores verdadeiramente apaixonados pelo que faz. Não é à toa que já foi até condecorado pelo Governo Francês. E por Feira de Santana.

Bom, aí é que começa a história. Estávamos nós dois a colocar o papo em dia, em frente a uma farmácia, falando da cidade em que vivemos a maior parte de nossas vidas. “Tudo que eu tenho devo a Feira de Santana”, disse o professor a certa altura. Eu apenas concordei, acrescentando o meu orgulho de ter uma filha e um neto nascidos na terra abençoada por Senhora Santana.

Nesse momento de declarações de amor de ambas as partes, eis que uma jovem senhora que estava ao lado, saboreando um milho que acabara de ser assado, pede licença, entra na conversa e dispara: “Eu sou cearense, tem 40 anos que vivo aqui, fui feirante, comerciante e hoje atuo na área de transporte com locação de veículos”. E repetiu a frase dita pouco antes pelo professor: “Tudo que eu tenho devo a Feira de Santana”.

Nós nos apresentamos e logo em seguida nos despedimos. Certamente ela não tem título de cidadania feirense, honraria outorgada pela Câmara Municipal. Eu também não tenho – sou de Conceição do Jacuípe e vivo em Feira há exatos 38 anos. Mas somos filhos tão legítimos de Feira de Santana quanto aqueles que aqui nasceram, condição que nos é dada não somente pelo tempo, mas principalmente pelo amor que nutrimos pela cidade.

E posso repetir com toda convicção: Tudo que eu tenho devo a Feira de Santana!

Madalena de Jesus

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