segunda-feira, 13 de julho de 2015

VISITANDO CANTEIROS, COM CECÍLIA MEIRELES E FAGNER






Quando penso em você, fecho os olhos de saudade 
Tenho tido muita coisa, menos a felicidade
Correm os meus dedos longos, em versos tristes que invento
Nem aquilo a que me entrego já me traz contentamento

Pode ser até manhã, cedo claro feito dia
Mas nada do que me dizem me faz sentir alegria
Eu só queria ter no mato um gosto de framboesa
Prá correr entre os canteiros e esconder minha tristeza

Que eu ainda sou bem moço prá tanta tristeza
E deixemos de coisa, cuidemos da vida,
Pois se não chega a morte ou coisa parecida
E nos arrasta moço, sem ter visto a vida.


Quem já não ouviu esses versos que tocam a alma, na voz arrastada e carregada de emoção do cearense Raimundo Fagner? Sempre soube que trata-se de um poema de Cecília Meireles, com melodia do cantor/compositor, que fez dessa prática uma constante em sua carreira. 

Eis que remexendo os sites literários encontro o factivelwordpress.com, que publica o poema seguido de comentários. Um deles, assinado por um internauta que identifica-se como Valdir Silva, chama a atenção pela riqueza de detalhes:

“CANTEIROS não é um poema de Cecília Meireles.

Trata-se de uma canção com melodia de Fagner, cuja letra, nos quatro primeiros versos, foi escrita utilizando-se (de forma ilegal) de uma estrofe do poema “Marcha” de Cecília Meireles, cujo texto foi modificado para se adequar melhor à sonoridade da melodia. Esta questão já foi resolvida na justiça e Cecília Meireles foi reconhecida como co-autora da música.

A segunda quadra é de autoria do próprio Fagner seguindo a mesma temática.

Quanto à terceira quadra: Eu ainda sou bem moço pra tanta tristeza (…) são versos de autoria do compositor Belchior na canção Hora do Almoço. Vencedora do Festival Universitário da Música Popular, TV Tupi do RJ, 1968. Utilizados na gravação como música incidental (provavelmente com autorização do autor, assim como os versos de Águas de Março de Tom Jobim)”.  


Madalena de Jesus

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