terça-feira, 3 de outubro de 2017

MULHERES E MEMÓRIAS



Foi com surpresa que que vi o meu nome incluído no Projeto Feira de Memórias, realizado pelo Colégio Gênesis. Sou extremamente agradecida pela lembrança em tão edificante trabalho, que demonstra o compromisso da instituição com a formação de jovens e com a educação, um dos pilares básicos da sociedade. Nem é preciso dizer que fiquei muito feliz. Afinal, quem não ficaria, com um reconhecimento tão significativo?

Com o tema Mulheres: fortes na vida, silenciadas na história, o projeto traz à baila as questões que envolvem a mulher, tão pertinentes e discutidas nos dias atuais. É certo que contabilizamos muitas conquistas. A formação profissional foi o ponto de partida. Hoje em dia toda mulher cursa uma faculdade, procura uma profissão. A prova disso é que pesquisa feita pela Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) indica que há mais estudantes do sexo feminino.

Mas também é certo que ainda temos um longo caminho a percorrer, no que diz respeito à igualdade de condições entre homem e mulher, principalmente quanto à inserção no mercado de trabalho.  Há séculos o ser humano se pergunta por que as sociedades diferenciam a tal ponto os dois sexos, em matéria de hierarquia e funções. É uma questão que ainda precisa de respostas.

Como diz a escritora espanhola Rosa Montero, “o mais assombroso, contudo, é comprovar que sempre houve mulheres capazes de sobrepor-se às mais penosas circunstâncias, mulheres criadoras, guerreiras, políticas, aventureiras, cientistas, que tiveram a habilidade e a coragem de escapar, quem sabe como, a destinos tão estreitos como um túmulo.” Sábias palavras.

Em seu livro Histórias de Mulheres, ela traça o perfil de mulheres incríveis, como Camile Claudel, escultora genial que acabou os seus dias esquecida em um manicômio sombrio; Frida Kahlo, pintora mexicana presa a uma cama, seu altar sagrado; Agatha Christie, escritora famosa pelas tramas policiais, que perdeu, junto com a memória, a lembrança do público que a aplaudia; e Aurore, que assinava seus artigos com nome masculino, George Sand, para ser respeitada.

Ainda lembrando Rosa Montero, o fato é que quanto mais você adentra no mar remoto do feminino, mais mulheres encontra: fortes ou sutis, gloriosas ou insuportáveis, mas todas interessantes. São essas incontáveis facetas do universo feminino que justifica um projeto como Feira de Memórias. Porque é inegável a contribuição da mulher para a construção da história e a escola é, sem dúvida, o espaço ideal para mostrar isso ao mundo.

Socorro Pitombo é feirense, jornalista e uma das homenageadas do Projeto Feira de Memórias

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